Aos deputados, Cunha disse que o motivo de sua visita era se colocar à disposição para prestar esclarecimentos à CPI, uma vez que seu nome vem sendo dado como certo entre os alvos de pedidos de abertura de inquérito feitos pela Procuradoria-Geral da República.
"Quem não deve não teme. Não sei se é ou não é verdade aquilo que se fala pela imprensa, que houve solicitação de investigação. Como sempre disse, ninguém é imune à investigação. Estou pronto para esclarecer, absolutamente tranquilo, qualquer fato ou qualquer suposição de fato que por ventura possa aparecer", disse em entrevista ao deixar o plenário.
Cunha disse não haver qualquer constrangimento em se oferecer para prestar esclarecimentos à CPI antes de ser convocado e defendeu a derrubada do sigilo dos pedidos de inquérito. "Acho que tinha que ter sido divulgado de qualquer maneira. Causa muita estranheza tudo isso até agora", afirmou. "Mesmo que disserem que querem sigilo no caso meu, se ele existir, eu faço questão de dar publicidade a ele", disse o presidente.
Do lado de fora, Cunha comentou o bate-boca e saiu em defesa de Motta.
Deputados do PT e do PSOL trocaram xingamentos e gritos com o presidente da CPI por discordarem da decisão monocrática de Motta de criar quatro sub-relatorias e escolher os nomes dos responsáveis por elas. Motta foi chamado de "coronel" e "moleque". Os petistas questionam a criação das sub-relatorias por entenderem que elas enfraquecem o trabalho do relator Luiz Sérgio (RJ), do PT.
"Essa CPI não é de faz de conta. É uma CPI feita buscando esclarecimento dos fatos dentro da sua ementa. Consequentemente, todos têm que respeitar essa CPI, a começar pelo próprio presidente da Casa, que sou eu", afirmou Cunha.
Outras CPIs
Cunha também comentou nesta quinta-feira a criação de três outras CPIs (a da violência contra jovens negros e pobres, a do sistema carcerário e a da máfia das órteses e próteses no País) e o indeferimento de outras três (a das pesquisas eleitorais, a de irregularidades em planos de saúde e a pedida para investigar as causas da violência no Brasil).
O presidente da Casa negou que tenha adotado critério político para abrir possibilidade de criar a CPI do Setor Elétrico, que desagrada o governo. "Tive um critério.