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Estado de Minas A LISTA DE JANOT

Eduardo Cunha e Renan Calheiros estão na mira da investigação

Os dois líderes peemedebistas vão ser investigados pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro. O presidente do Senado ainda é suspeito de formação de quadrilha


postado em 07/03/2015 08:18 / atualizado em 07/03/2015 08:37

As acusações contra os presidentes da Câmara e do Senado, Eduardo Cunha e Renan Calheiros, são um duro golpe contra os peemedebistas (foto: J. Batista/Câmara dos Deputados/Minervino Júnior/CB/D.A Press)
As acusações contra os presidentes da Câmara e do Senado, Eduardo Cunha e Renan Calheiros, são um duro golpe contra os peemedebistas (foto: J. Batista/Câmara dos Deputados/Minervino Júnior/CB/D.A Press)
Brasília – Os presidentes da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), e do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), serão investigados por uma série de crimes. Nas petições entregues pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Teori Zavascki, Cunha é acusado de corrupção passiva (pena de até 12 anos) e lavagem de dinheiro (até 10 anos). No caso de Renan, além desses dois crimes, há menção a formação de quadrilha (até 8 anos).

Em depoimento de outubro de 2014, o doleiro Alberto Youssef detalhou como parlamentares do PMDB passaram a receber parte da propina arrecadada pelo ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa, que era originalmente direcionada ao PP. O doleiro disse que, entre 2005 e 2006, o ex-dirigente da estatal ficou doente e houve um movimento político para tirá-lo do cargo na empresa. Foi então que entrou em cena a bancada do PMDB. Ele cita os nomes dos senadores Valdir Raupp (RO), Renan Calheiros, Romero Jucá (RR) e Edison Lobão (MA).

A partir daí, o partido teria passado a receber uma parcela das comissões de contratos com a Petrobras. As transferências eram feitas por Fernando “Baiano” Soares, enquanto Youssef repartia a parte do PP. De acordo com o doleiro, a propina era de 1% sobre o valor dos contratos.

Paulo Roberto Costa confirma a relação com Renan, afirmando que teve diversas reuniões na casa do senador, das quais participaram também os deputados Aníbal Ferreira Gomes (CE) e Henrique Eduardo Alves (RN), ex-presidente da Câmara dos Deputados. Os encontros ainda ocorriam, segundo Costa, na casa do senador Romero Jucá em Brasília, e que o assunto tratado era sempre o mesmo: a ajuda do PMDB à permanência dele na Petrobras em troca de “apoio” ao partido.

NEGOCIAÇÃO Nesses encontros, eram discutidas as obras que seriam destinadas às empresas de interesse dos senadores. Numa dessas reuniões, segundo Costa, Aníbal, em nome de Renan, levou a ele uma reclamação do Sindicato dos Práticos. A entidade queria aumentar a remuneração da categoria. Aníbal contou que, se o sindicato fosse atendido, ele receberia uma comissão, e parte seria repassada a Renan. Costa receberia R$ 800 mil. O então diretor da Petrobras encaminhou o pedido, que foi finalmente atendido. Segundo Costa, o presidente do Senado recebia também um percentual dos valores envolvidos em contratos da Transpetro.

Já o nome de Eduardo Cunha aparece ligado ao aluguel de um navio-plataforma da Samsung à Petrobras, em contrato que envolvia o executivo Julio Camargo. Parte do pagamento da locação era repassada a Eduardo Cunha, por meio de Fernando Baiano, de acordo com informações prestadas por Youssef.

O doleiro contou ainda que, em determinado momento, a Samsung suspendeu a comissão que era paga a Julio Camargo, e o executivo paralisou os repasses ao PMDB. Por conta disso, Eduardo Cunha teria feito representação em uma comissão da Câmara pedindo informações da Petrobras acerca dos contratos. Assustado, Camargo pagou a propina do próprio bolso: R$ 6 milhões.


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