Brasília - O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), apontou ontem "grave e deliberada omissão" do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, por não ter permitido ao parlamentar "contestar as inverdades levantadas contra a sua pessoa". Em nota divulgada à imprensa, o peemedebista informou que a advocacia do Senado pediu pela manhã ao relator da Operação Lava-Jato no Supremo Tribunal Federal, Teori Zavascki, o acesso em caráter "urgentíssimo" ao processo.
Pelo segundo dia consecutivo, Renan se posicionou de forma crítica à maneira como Janot conduziu os processos da Lava Jato e os pedidos de investigação de políticos suspeitos de envolvimento com o esquema. Na quinta-feira, Renan já havia feito ataques indiretos ao procurador-geral. Afirmou que era preciso mudar as regras no Ministério Público em caso de procuradores que estivessem disputando a reeleição - é o caso de Janot, cujo mandato acaba em setembro.
PLENÁRIO Se o Supremo autorizar a investigação sobre o envolvimento do peemedebista com o esquema de desvios na Petrobras e o parlamentar for posteriormente denunciado pela Procuradoria-Geral da República, o julgamento será conduzido pelo plenário da Corte, e não pela 2.ª turma, formada por cinco ministros, como ocorrerá com os demais congressistas. A legislação estabelece que os atos tanto do presidente do Senado como do da Câmara só podem ser examinados pelo plenário do STF.