O governador Antônio Anastasia publicou neste sábado em seus perfis nas redes sociais uma resposta à inclusão de seu nome na lista de Janot divulgada nesta sexta-feira. A partir de agora, ele será alvo de investigação no Supremo Tribunal Federal com outros 11 senadores e 22 deputados, a maioria do PP, do PMDB, do PT e do PTB.
Anastasia ressaltou que Youssef negou em depoimento que tenha encaminhado dinheiro a ele. "É engraçado que, nesse processo, o único que está com inquérito aberto sem ser objeto de uma delação premiada sou eu", protestou.
O tucano se coloca à disposição da Justiça e pede uma apuração rápida para que fique comprovada sua inocência. Ele diz que o depoimento do ex-policial não tem o mesmo valor que o relato feito pelo doleiro na delação premiada e que não condizem com as declarações de Youssef. Jayme, conhecido como Careca, diz que entregou o dinheiro a uma pessoa que depois ele reconhecera como o candidato do PSDB. "A alusão precária e inespecífica a uma casa em BH, sem fornecer o endereço, ou a data e a hora de tal encontro aliada ao reconhecimento precário de uma fotografia dizendo ser pessoa 'parecida' comigo, não resistiria à menor verificação", declarou.
Anastasia afirmou que, como governador de oposição, não tinha vínculos com a Petrobras. "A abertura do inquérito servirá para demonstrar a verdade, pondo fim à infâmia inventada contra mim, sabe-se lá por qual motivo", emendou.
Leia a nota publicada no Facebook na íntegra:
"Não conheço, jamais estive ou falei com o Sr. Jayme. Da mesma forma, não conheço, jamais estive ou falei com o Sr. Youssef. Ou seja, é absolutamente falsa a afirmativa do Sr. Jayme que teria me entregue valores em dinheiro, em 2010, a mando do Sr. Youssef. O próprio Sr. Youssef, em depoimento oficial, negou que tivesse me encaminhado qualquer valor. Publiquei no twitter as páginas 22 e 23 do documento oficial da Procuradoria Geral da República, Termo de Declarações Complementar n. 28, em que Yousseff nega ter me encaminhado qualquer valor: https://twitter.com/Prof_Anastasia/status/574239752448270337
Deste modo, o pedido de inquérito aberto em relação a mim baseia-se, exclusivamente, no depoimento do Sr. Jayme (que, ao contrário do Sr. Youssef, não tem o mesmo valor nem está sujeito às mesmas obrigações de um acordo de delação premiada), que foi vazado em janeiro deste ano. Ainda que assim não fosse, a alusão precária e inespecífica a uma casa em Belo Horizonte, sem fornecer o endereço, ou a data e a hora de tal encontro, aliada ao reconhecimento precário de uma fotografia dizendo ser pessoa “parecida” comigo, não resistiria a menor verificação. (Veja a página 22: https://twitter.com/Prof_Anastasia/status/574239752448270337 )
As datas de entregas de valores pelo Sr. Jayme, a mando do Sr. Youssef, conforme se verifica nos documentos arrolados nas peças, não condizem com a do depoimento do Sr. Jayme.
Soma-se a isto o fato de eu ser, à época, governador de partido de oposição ao Governo Federal, sem qualquer vinculação com a Petrobras.
A abertura do inquérito servirá para demonstrar a verdade, pondo fim à infâmia inventada contra mim, sabe-se lá por qual motivo.
Desejo, tão somente, que a apuração seja rápida, de forma a comprovar o mais breve possível minha total inocência, por respeito aos milhões de mineiros que votaram em mim para o Governo e para o Senado e por toda a trajetória de minha vida pública, reconhecidamente correta e proba. Os que me conhecem estão indignados com estes fatos, mas tenho a consciência tranquila da prevalência da justiça e da verdade, inclusive com a descoberta da origem desta armação contra mim.
Agradeço as incontáveis manifestações de apoio e solidariedade que venho recebendo, desde o surgimento, em janeiro, desta história falsa e covarde.
Coloco-me, uma vez mais, à inteira disposição do Ministério Público e da Justiça para todos os atos necessários a comprovar a improcedência do depoimento do Sr. Jayme.''
(Com informações da Agência Estado)