Somente após essa consulta é que o colegiado da mesa decide por encaminhar o pedido de cassação à Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) e à Comissão de Ética. A decisão das duas comissões é o que determina o envio da cassação para votação aberta no plenário da Câmara e do Senado.
Outro caminho para a cassação pode ser feito por partido representado no Congresso, que pode encaminhar representação solicitando a abertura de processo para suspensão de mandato.
Apesar dessas prerrogativas regimentais, a renúncia de mandato é artifício comum de parlamentares para fugir da cassação. Foi o que fez, em 2007, o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), que será investigado na Lava Jato pelos crimes de formação de quadrilha, corrupção passiva e lavagem de dinheiro. Naquela ocasião, Calheiros abdicou ao cargo após ser acusado de que teria despesas pessoais pagas por lobista de uma construtora, incluindo pensão alimentícia de uma filha com a jornalista Mônica Veloso.
A presidência do Senado já havia sido abandonada por Jader Barbalho (PMDB-PA), em 2001, após um longo embate com o então senador Antônio Carlos Magalhães. O embate entre eles acabou levando ao surgimento de denúncias que levaram à renuncia de mandato por ambos naquele ano.
A Lava Jato investigará Eduardo Cunha, que acusou o pedido de inquérito do Procurador-Geral da República, Rodrigo Janot, de "alopragem" e "piada". "É mais uma alopragem que responderei e desmontarei com relativa facilidade", escreveu Cunha no Twitter. Em 2005, a pressão política levou o então presidente da Câmara Severino Cavalcanti (PP-PE) a renunciar ao cargo por supostamente receber um "mensalinho" para prorrogar a concessão de um restaurante da Casa. Calheiros e Cunha integram a lista de 22 deputados e 12 senadores que serão oficialmente investigados no âmbito da Operação Lava Jato, com autorização do Supremo Tribunal Federal (STF)..