Tido no PMDB como o homem de confiança do vice-presidente Michel Temer no Senado, Raupp é o 1º vice-presidente nacional do partido. O senador ocupou a presidência da legenda quando Temer se afastou do comando da sigla, posto que retomou no ano passado.
A Queiroz Galvão fez o repasse como doação oficial ao diretório do PMDB em Rondônia, reduto eleitoral do senador, conforme dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). A remessa foi delatada pelo ex-diretor de Abastecimento e Refino da Petrobras, Paulo Roberto Costa. "(...) O valor, na realidade, se tratava de pagamento indevido decorrente de comissionamento de contrato firmado com a Petrobras", registrou o procurador.
Janot relata no documento que o repasse da construtora foi confirmado pelo doleiro Youssef, que afirmou que o dinheiro foi retirado da fatia que caberia ao PP. Ele contou ainda que o valor destinado a Raupp seria inicialmente de R$ 300 mil, mas uma funcionária do senador esteve no escritório de Youssef em São Paulo para pedir mais dinheiro.
"Youssef informou ao declarante desta solicitação para que fosse contabilizado da parte do 'bolo' devida ao PP () melhor explicando, este valor sairia do montante de 1% que era destinado ao PP a partir dos 3% acrescentados aos contratos firmados com a Petrobras dentro da área de abastecimento", observou Janot.
O procurador pediu a condenação de Raupp pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro. O inquérito foi autorizado pelo ministro Teori Zavascki, do Supremo Tribunal Federal (STF), e as doações da Queiroz Galvão serão investigadas pela Polícia Federal.
O senador foi procurado pelo Broadcast, serviço em tempo real da Agência Estado, mas não atendeu as ligações feitas ao seu celular. A assessoria de Raupp afirmou que o advogado do senador teve acesso aos autos do inquérito neste sábado, 7, afirmando que não há irregularidade nas doações por elas terem sido feitas de acordo com a lei eleitoral..