"A PGR agiu politicamente em conjunto com o governo. Querem deixar todos iguais para, juntos, buscarem solução", disse Cunha. "Eu não aceito isso. Vou me defender", declarou. A pedido da Procuradoria-Geral, o ministro do Supremo Teori Zavascki determinou a instauração de inquérito para investigar Cunha por suposta prática de corrupção passiva e lavagem de dinheiro.
O presidente da Câmara foi citado à Polícia Federal pelo policial Jayme Alves de Oliveira Filho, o Careca, acusado de ser o "carregador de malas" do doleiro Alberto Youssef. Careca citou Cunha em 18 de novembro de 2014 e, depois, em 5 de janeiro de 2015, em uma retificação.
No primeiro momento, ele disse que levou dinheiro "duas ou três vezes" a uma "casa amarela" em um condomínio na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro. Afirmou também que o doleiro havia dito que o endereço era de Eduardo Cunha. Na retificação, Careca disse que o imóvel estava localizado em um outro condomínio no mesmo bairro e que não tinha como saber se era mesmo o endereço de Cunha.
Para Cunha, seu nome foi incluído na lista porque Careca é o único a citar o senador e ex-governador Antonio Anastasia (PSDB-MG), que, segundo o peemedebista, também foi citado por motivos políticos.
Além da citação de Careca, Cunha também foi alvo de uma acusação feita por Youssef no âmbito da delação premiada. Ou seja, o depoimento do "carregador de malas" não é o único que embasa a abertura de inquérito.
Cunha contratou o ex-procurador-geral da República Antonio Fernando Souza, responsável pela denúncia do mensalão, para defendê-lo na Operação Lava Jato. "(Ele) acha essa petição absurda", disse o presidente. Dois dias após aparecer de surpresa na CPI que investiga o esquema de corrupção na Petrobrás, Cunha disse que irá à comissão novamente. "Faço questão de ir à CPI. Irei", afirmou. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo..