Curitiba e São Paulo - A Procuradoria-Geral da República identificou uma estrutura de quatro núcleos no esquema de corrupção na Petrobras - político, administrativo, econômico e financeiro. Segundo Rodrigo Janot, chefe do Ministério Público, o "esquema criminoso" contava com a participação regular de integrantes de pelo menos três partidos, PP, PT e PMDB.
A dupla atuou nos contratos firmados pela Diretoria de Abastecimento e revelou que integrantes de partidos (núcleo político) indicavam os diretores da estatal (núcleo administrativo), que se valiam dos cargos para contratar empreiteiras previamente escolhidas em um cartel (núcleo econômico).
Esses diretores pagavam mensalmente, a título de propina, cerca de 3% do valor dos contratos aos integrantes dos partidos que participavam do esquema, aos agentes públicos e aos operadores financeiros. Estes ficavam em média com 20% da propina paga.
O pagamento era feito diretamente pelas empreiteiras aos agentes políticos ou por meio dos operadores (núcleo financeiro). Esse esquema funcionou, segundo os colaboradores, pelo menos de 2004 a 2012.