"O PMDB faz parte da base aliada, mas muitas vezes não se comporta como base aliada. Essa é que é a grande verdade. A política é feita para que tenhamos o olhar republicano, para que olhemos para o Brasil. Mas o PMDB muitas vezes está pensando mais no espaço que ocupa do que no projeto nacional do Brasil", disparou. Diante de uma oposição mais acirrada e de uma base menos fiel, o governador cearense defende que é preciso fortalecer os partidos "que realmente estão em defesa do governo Dilma", como PDT e o PROS.
Para Santana , a proposta de unir alguns partidos da base em frente ampla que está sendo discutida pelo ministro das Cidades e presidente licenciado do PSD, Gilberto Kassab, e pelo ministro da Educação, Cid Gomes (PROS), seria uma forma importante de fortalecer essa base. Ele, no entanto, se diz contra a criação de um novo partido, como o PL que Kassab tenta criar para fundir o PROS e o PSD.
PT
O chefe do Executivo cearense também fez algumas críticas ao PT. Santana avalia que é preciso repensar "muita coisa" da formação interna da sigla. "Nós burocratizamos muito o partido", disse. Santana defende ainda que os quadros do partido que estiverem envolvidos em atos de corrupção devem ser punidos. Questionado se, no âmbito partidário, essa punição seria a expulsão da legenda, ele desconversou e limitou-se a dizer que é preciso seguir o estatuto e as regras da sigla.
"Ninguém pode pré julgar ninguém. Esse é o grande erro hoje: sai matéria no jornal já condenando. Todo mundo tem o direito de se defender. Vou dar um exemplo. O que o deputado José Genoíno vem sofrendo depois do processo do mensalão. Uma pessoa que lutou pela redemocratização e hoje passa por isso", afirmou.
Santana avaliou ainda que o ex-presidente Lula é uma grande reserva política do PT para concorrer a sucessão de Dilma em 2018, mas garantiu que o petista ainda não deu nenhuma sinalização de que irá concorrer.
Baixas
Há pouco mais de dois meses no cargo, Camilo Santana já enfrentou duas baixas em seu secretariado: o secretário do Esporte, David Durand, e o secretário-executivo da Segurança, Odécio Carneiro. O governador cearense, no entanto, rebateu as críticas de que isso se configura como uma crise e minimizou as saídas. No primeiro caso, diz, foi uma decisão pessoal de Durand, único deputado estadual cearense do PRB eleito nas eleições do ano passado.
Nos bastidores, contudo, a informação é de que Durand pediu exoneração, porque não teria tido autonomia para escolher seus secretários adjuntos e assessores. "Não existe isso.
No caso do secretário executivo da Segurança, Santana explicou que a saída se deu por uma decisão do secretário da Segurança, Delci Teixeira. "Tem algumas áreas do governo que para mim são estritamente técnicas e que eu não aceito nenhuma interferência partidária. Uma delas é a segurança. Dei total autonomia a ele (Teixeira) para montar a equipe", disse. Para o governador cearense, a saída de Odécio Carneiro é "natural". "Quanto mais cedo você corrige melhor", disse..