São Paulo - Após a reação negativa registrada em algumas cidades e realização de panelaço contra o pronunciamento da presidente Dilma Rousseff na noite desse domingo, 8, o candidato derrotado nas eleições, senador Aécio Neves (PSDB), usou as redes sociais para criticar a fala de presidente. "Os brasileiros estão irritados e preocupados. E sabem bem com o quê e com quem", escreveu.
Em nota postada no Facebook pouco depois do pronunciamento, Aécio afirmou que "novamente, a presidente Dilma Rousseff falta com a verdade ao se dirigir aos brasileiros". "Inventa bodes expiatórios, terceiriza responsabilidades que são exclusivamente do governo dela e fornece um enredo irreal à população", afirmou.
Segundo Aécio, Dilma poderia ter usado o espaço para assumir "suas responsabilidades" e pedir desculpas aos brasileiros, mas não o fez. "A presidente pede a união dos brasileiros. Mas apenas quem é capaz de admitir seus erros, buscar o diálogo e respeitar as diferenças, é capaz de apontar novos caminhos e liderar um consenso. Não é o caso da presidente, como se ainda houvesse dúvida, o pronunciamento desta noite demonstrou. Nem uma autocrítica, nem um pedido de desculpas", disse.
Sem fazer referência diretas às manifestações que foram registradas, Aécio disse que "os brasileiros percebem, mais uma vez, o abismo que separa a realidade pintada no pronunciamento oficial e aquela vivida nas ruas e cidades do nosso país".
O senador aproveitou para rebater algumas declarações de Dilma relacionadas à política econômica do governo e citou os escândalos de corrupção envolvendo a Petrobrás.
"O pronunciamento desta noite deveria servir para que a presidente, finalmente, assumisse suas responsabilidades em relação às políticas fracassadas que levaram o país à situação atual, com recessão econômica, corte de empregos, disparada da inflação e uma profunda incapacidade manifestada pelo Estado para fazer frente à crise.
Pronunciamento
Durante sua fala, Dilma dedicou a maior parte do tempo para justificar o ajuste fiscal. O escândalo das suspeitas de corrupção na Petrobras, que vem monopolizando o noticiário, foi mencionado rapidamente e apenas no fim de sua fala. Ela frisou que a investigação das denúncias de corrupção na estatal é "ampla, livre e rigorosa"..