A crise política que fermenta nos corredores de Brasília tomará as ruas nesta semana em duas manifestações marcadas por governistas e oposicionistas. Na sexta-feira, convocados pela Central Única dos Trabalhadores, sindicalistas e representantes dos movimentos sociais protestarão em defesa da Petrobras, contra o arrocho econômico, em defesa do governo e da reforma política pregada pelo PT. No domingo, será a vez dos oposicionistas, críticos da presidente Dilma Rousseff, dos escândalos de corrupção, sobretudo o da Petrobras mostrarem a insatisfação quanto ao atual quadro político nacional. Nesse grupo, incluem-se aqueles defensores do impeachment de Dilma.
Com os ânimos açulados pelas declarações de parte a parte, o temor é que as manifestações se transformem em atos de pancadaria, mesmo tendo sido marcadas para dias distintos. O movimento das oposições, que até o momento teria confirmado a presença de cerca de 1 milhão de pessoas, foi marcado com uma maior antecedência. A convocação feita pela CUT é mais recente e serviu como um contraponto à pressão exercida pelos críticos de Dilma.
Nesse meio termo, durante evento em defesa da Petrobras, no Rio, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva convocou o “exército do MST” para ajudar na briga contra a oposição. “Coincidência ou não, depois de um tempo quietinhos, os sem-terra invadiram uma fazenda no Paraná e destruíram 14 anos de pesquisa genética”, assustou-se um militante petista. “Eu espero, sinceramente, que o exército do Stédile não atenda à convocação de Lula”, completou o senador Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP).
A dúvida entre os organizadores de parte a parte é que manifestantes estarão nas ruas.
No Planalto, a expectativa é grande, embora os colaboradores dilmistas não queiram passar recibo exagerado sobre os riscos do movimento contra a presidente. Confidencialmente, eles admitem que o 15 de março será um instante de inflexão. A mais recente pesquisa de opinião mostrou que a popularidade de Dilma despencou para pouco mais dos 20% de aprovação — a metade que tinha às vésperas das eleições.
“Eu espero, sinceramente, que o exército do Stédile não atenda à convocação de Lula”
Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP), senador
O que vem por aí
Entre sexta e domingo, defensores da Petrobras, do governo, do impeachment da presidente e críticos quanto à atual onda de corrupção prometem lotar as ruas do país para protestar
Ato convocado pela CUT e pelo PT
13 de março, sexta-feira
» Manifestações marcadas para 16 capitais
» Pauta em defesa dos direitos dos trabalhadores, da Petrobras, da democracia e da reforma política
Ato convocado pela oposição e pelo movimento vemprarua.net
15 de março, domingo
» Manifestações marcadas para 24 cidades no Brasil, além de Sidney (Austrália), Santa Cruz de La Sierra (Bolívia), Londres (Inglaterra) e Miami (Estados Unidos)
» Pauta contra o governo, a atual política econômica e a corrupção. Parte é favorável ao impeachment da presidente Dilma.