"Tentando se apoiar na ultrapassada justificativa da crise internacional, Dilma negou, mais uma vez, a gravidade e dimensão da atual crise econômica, as responsabilidades de seu governo e as consequências de seus desdobramentos para o povo brasileiro", escreveu a senadora em seu perfil no Facebook. Insatisfeita na legenda, a petista está negociando sua saída do partido e desde o ano passado vem manifestando publicamente ataques ao governo Dilma.
A presidente usou o pronunciamento em rede nacional pelo Dia Internacional da Mulher para fazer uma defesa ao ajuste fiscal. Durante os 16 minutos do pronunciamento de Dilma, transmitido em rede nacional na noite desse domingo, 8, houve registros de xingamentos, panelaços e buzinaços em ao menos sete capitais. O Palácio do Planalto não comentou o episódio até o momento.
O senador Aloysio Ferreira (PSDB-SP) qualificou de "patético" o discurso. "Mereceu o panelaço que ouvi da janela de meu apartamento", complementou em um post publicado em seu perfil no Twitter. Seu colega no Senado, José Serra (PSDB-SP) não falou diretamente sobre as manifestações, mas disse que o pronunciamento vai reforçar a reação negativa ao governo.
Do lado petista, o líder do partido na Câmara, Sibá Machado (PT-AC), atribuiu as manifestações a uma reação da elite. "Só faltava essa: Elite paulista fazendo Panelaço? Imagine se um Dia tiverem FOME." O posicionamento do deputado se assemelha a declarações feitas ainda na madrugada desse domingo por dirigentes da legenda, para quem o panelaço foi restrito a representantes da "burguesia" e fracassou por não atingir outros setores da sociedade.
Apoiador da reeleição de Dilma no ano passado, o teólogo Leonardo Boff também disse que o ato foi desmoralizado porque foi protagonizado por quem tinha "panelas cheias". "O panelaço saiu desmoralizado porque era daqueles que têm as panelas (sic) cheias; não querem um governo que ajuda o povo a encher a suas vazias", escreveu em seu perfil no Twitter..