Diferenças políticas acirradas nos últimos dias e , principalmente, após o 'panelaço' feito na noite desse domingo em protesto contra o pronunciamento da presidente Dilma Rousseff (PT), provocaram cenas de vandalismo. Um carro estacionado em uma das ruas do Bairro Santo Agostinho, Região Centro-Sul de Belo Horizonte, foi vandalizado. O motivo seria o apoio do proprietário do veículo à Dilma.
O desabafo de Rafael Paiva foi postado em uma rede social, junto com fotos do carro dele. “Hoje acordei e encontrei meu carro: sujo de tinta branca, e com arranhões, com os dizeres: 'terrorismo não é valentia, fora Dilma'. Tenho muitas critícas ao governo, mas elas não coincidem com os que querem derrubá-la ao som de seus panelaços, seus alarmes de seguranças, suas correntes de whatsapp, e seus gritos de vaca, vagabunda”, postou.
Dizendo acreditar no convívio harmônico entre pensamentos diferentes nas cidades, Rafael disse que acredita que a democracia é algo construído cotidianamente. “Acredito muito no valor democrático, é uma aquisição, manifestar é um direito, talvez um dever”, disse. Ele ainda questionou a violência do ato. “Fico me perguntando para onde que vai essa marcha, esse levante de ódio. Estar nas ruas é que me faz ver os outros de perto, de frente, às vezes olho no olho. Jamais dente por dente. Amanhã vai ser outro dia, meu coração é valente, e tenho fé nas cidades”, concluiu.
Em sua página, o homem recebeu o e-mail de vários amigos que demostraram indignação e perplexidade pelo fato ocorrido com ele. A imagem do carro vandalizado já teve cerca de 100 compartilhamentos.
Na noite desse domingo a presidente Dilma Rousseff fez um pronunciamento em rede nacional. Em sua fala, ela tratou sobre as medidas de arrocho adotadas pelo governo e anunciou a sanção da lei que trata como hediondo o crime de violência contra as mulheres. A medida foi feita no Dia Internacional da Mulher.
Em vários bairros da capital – inclusive onde o ato de vandalismo ocorreu -, fizeram um 'panelaço' com vaias, buzinaço e gritos de "Fora, Dilma". Além do Santo Agostinho, houve manifestação nos bairros de Lourdes, São Pedro, Funcionários, Sion, Buritis, Belvedere, Cidade Nova e Anchieta.