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Estado de Minas

Eduardo Cunha e Renan na CPI

Oposição protocola pedido para que sejam ouvidos na comissão todos os parlamentares mencionados na lista de Janot. PSOL prepara projeto para obrigá-los a se afastar do cargo


postado em 10/03/2015 06:00 / atualizado em 10/03/2015 08:04

 

Brasília – O PSOL e o PPS protocolaram ontem requerimentos para que a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Petrobras convoque para prestar esclarecimentos todos os parlamentares que tiveram inquérito aberto no STF. Entre os nomes que podem ser convocados para depor na comissão estão os presidentes da Câmara, deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), e do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL). Os requerimentos devem ser votados na quinta-feira, quando acontece uma reunião de trabalho da CPI. O deputado Ivan Valente (PSOL-SP) afirmou que pedirá o afastamento de todos os mencionados nos inquéritos do Supremo de posições de comando na Casa ou de assentos no Conselho de Ética e da CPI da Petrobras.

  “Todos aqueles que exercem cargos de mando devem se afastar dos cargos imediatamente em nome da ética, da transparência e da isenção”, afirmou Valente. O PSOL vai apresentar nos próximos dias um projeto que altera o regimento interno da Câmara para obrigar o afastamento automático de cargo na Mesa Diretora, presidência de comissões ou posições no Conselho de Ética. O PSOL quer ouvir os 34 parlamentares mencionados na lista do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, e também o tesoureiro do PT, João Vaccari Neto. Já o PPS apresentou pedido para ouvir todos os investigados.

A ideia foi discutida pelos deputados do PSOL na semana passada e o texto final ficou pronto ontem. Para entrar na fila de votação, o projeto de resolução depende da assinatura do líder da bancada, deputado Chico Alencar (RJ). Apesar de a resolução requerer apenas aprovação por maioria simples para entrar em vigor, o texto tem que ser colocado em pauta pelo presidente da Câmara – no caso, Cunha, que seria diretamente prejudicado. Por isso, a votação da resolução é pouco provável, como admitiu Valente à reportagem. “A gente sabe que tem esse elemento que dificulta a votação, mas tem que tentar. Vamos pressionar o presidente para que a resolução seja colocada em pauta”, afirmou.

Sem constrangimento

Em entrevista coletiva ontem, quando participou de um almoço com empresários, no Rio de Janeiro, Eduardo Cunha afirmou que não ficará constrangido em exercer a presidência da Casa e voltou a negar participação no esquema de desvio de recursos da Petrobras para pagamento de propinas a políticos e ex-executivos da estatal. “Não tenho a menor dúvida de que terei facilidade de desmascarar cada coisa em relação a isso com toda serenidade”, afirmou em almoço com empresário na Associação Comercial do Rio de Janeiro (ACRJ).

Cunha também falou da relação do seu partido com o PT. Segundo ele, é pouco provável a manutenção da aliança com o PT nas eleições presidenciais de 2018. “Dificilmente o PMDB vai marchar em 2018 com a mesma aliança em que está hoje. Está chegando o momento em que as divergências são maiores que as convergências”, afirmou, voltando a acusar o governo de interferência na elaboração da lista enviada pelo procurador-geral da República. “Não estou satisfeito com a interferência do governo. Quem tem que combater a corrupção é o governo. A corrupção é do governo e da Petrobras”, disse, acrescentando que há uma tentativa de dividir o ônus de uma crise do governo.

Para o presidente da Câmara, o comportamento do governo nos pedidos de investigação “compromete confiabilidade”. O deputado também voltou a criticar a lista elaborada pelo procurador-geral da República. “A petição do Janot é uma piada, o procurador escolheu a quem investigar. Houve incoerência, com dois pesos e duas medidas”, disse. Cunha comentou o panelaço e as manifestações contra a presidente Dilma Rousseff, que ocorreram domingo durante o pronunciamento oficial em defesa do ajuste fiscal. O deputado rejeitou a tese de que o movimento foi orquestrado pela oposição e considerou um “sinal de alerta” da insatisfação de parcela da sociedade. “Precisamos ter consciência do papel que temos que desempenhar para dar um sinal de tranquilidade para os investidores e o mercado. Se não fizermos isso, vamos aprofundar a crise econômica”.


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