Essas lideranças demonstraram preocupação com a atual crise política que o País atravessa e não pouparam de críticas este início de segundo mandato de Dilma, em razão das medidas de ajuste fiscal elaboradas pela equipe econômica.
Na próxima sexta-feira, 13, esses movimentos farão uma mobilização nacional em defesa da Petrobras, em defesa dos direitos da classe trabalhadora, contra o financiamento privado de campanhas eleitorais e em favor de um Plebiscito Constituinte para a reforma do sistema político brasileiro e contra o impeachment de Dilma. Este movimento está sendo classificado como uma espécie de 'resposta antecipada' às manifestações organizadas para o dia 15 de março, pelas redes sociais.
Após o encontro com Lula nesta segunda-feira, o subsecretário de Relações do Trabalho da CUT, Pedro Armengol, disse que a entidade é contrária às MPs 664 e 665 - que estabelecem novas regras para acesso a benefícios previdenciários como Abono Salarial, Seguro Desemprego e Auxílio Doença. "A CUT não vai abrir mão dos direitos dos trabalhadores", disse o sindicalista, mas reiterou que a defesa do governo continuará contra o que ele classifica de "golpistas ligados a movimentos conservadores que desejam um terceiro turno das eleições".
Essas lideranças não escondem de Lula a insatisfação com as medidas que a equipe do ministro da Fazenda, Joaquim Levy, propôs para tentar equilibrar as contas públicas. Armengol, inclusive informou que o ex-presidente petista já chegou a reclamar, em outra ocasião, que eles estariam jogando contra o governo. E recebeu em resposta que a central sindical estava apenas defendendo o direito da classe trabalhadora. "Inclusive o presidente já disse, em outra oportunidade, 'mas vocês estão levando uma pauta contra o governo'. E a gente disse que não, estamos defendendo a pauta dos trabalhadores", disse ele.
Na defesa da reforma política, esses movimentos consideram essencial estabelecer novos parâmetros para que a corrupção seja debelada.
Rossetto
Na reunião com Rossetto, segundo o Instituto Lula, o ex-presidente não tratou sobre o protesto do dia 13, mas apenas da "relação do governo com movimentos sociais". O ministro, no entanto, esteve em São Paulo para entre outras coisas se informar sobre as manifestações desta semana, de acordo com fontes do PT. O governo está preocupado com a possibilidade de o ato do dia 13, que deveria ser a favor, se transformar em palanque para críticas ao ajuste fiscal.
O temor é compartilhado pelo ex-presidente Lula, que há na duas semanas, no ato em defesa da Petrobras realizado no centro do Rio de Janeiro, havia prometido participar da marcha em São Paulo mas cancelou a presença alegando que a pauta do protesto, antes restrita à Petrobras, foi ampliada. A manifestação do dia 13 terá quatro pontos: defesa da estatal, rejeição ao impeachment de Dilma, proteção dos direitos trabalhistas e realização da reforma política..