Segundo ele, se houver transparência, o cidadão mineiro terá compreensão desta fase difícil do governo. "Tenho absolutamente certeza de que tudo isso, devidamente mostrado para o cidadão com transparência, com sinceridade, encontra compreensão da cidadania. O governante quando fala para o povo, tem que ser mais o sincero possível, tem que mostrar toda a realidade do Estado ou do município", declarou, falando que a relação entre as três esferas da República (União, Estado e municípios) também devem ser de transparência.
O relatório de gestão fiscal publicado no final de janeiro no Diário Oficial do Estado mostrou um déficit de R$ 2,16 bilhões, proveniente de despesas de R$ 75,512 bilhões e uma arrecadação de R$ 2,16 bilhões. As contas, porém, serão detalhadas após auditoria pedida pelo novo governo do Estado a serem informadas no final do mês - fala-se em dívidas superiores em R$ 1 bilhão e "erros" administrativos que viriam desde a época da gestão de Aécio Neves (PSDB) no governo mineiro. Pimentel não quis falar com a imprensa após o evento desta manhã.
Reivindicações e crise hídrica
Conforme o novo presidente da Granbel e prefeito de Vespasiano, Carlos Murta (PMDB), mais do que paciência, o momento é de ter tolerância com os ajustes no governo estadual. "Estamos alertando o governo do Estado dos dramas que as 34 cidades da região metropolitana de Belo Horizonte vivem, mas temos que buscar soluções conjuntas", disse, em rápida conversa com jornalistas após o evento. Das dificuldades, além da falta de recursos, Murta citou problemas em segurança pública, transporte coletivo e saúde.
Com relação à crise hídrica, Murta informou que os prefeitos da região metropolitana estão fazendo campanha de economia de água há mais de 15 dias e falando sobre o melhor aproveitamento dos poços artesianos que não estavam sendo mais utilizados. "Vamos ter que conviver com esse problema. Vai haver racionamento, sobretaxa e estamos orientando o cidadão para essa nova realidade", declarou o político, que foi um apoiador de Pimentel em sua campanha para o Palácio Tiradentes.
Ontem, o Instituto Mineiro de Gestão das Águas (Igam) apresentou ao grupo que cuida da crise hídrica no Estado um documento em que constata oficialmente a situação de escassez da matéria-prima na região metropolitana. O documento é condição legal para que a Companhia de Água e Saneamento de Minas Gerais (Copasa) possa elaborar uma proposta de racionamento ou sobretaxa para quem consumir acima de uma média estipulada pelo governo.
O secretário de Estado de Planejamento e Gestão, Helvécio Magalhães, espera que em meados de abril a Copasa apresente à Agência Reguladora de Serviços de Abastecimento de Água e de Esgotamento Sanitário do Estado de Minas Gerais (Arsae-MG) um modelo de racionamento..