Na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), a mais importante da Câmara, o partido não só rejeitou substituir o presidente do colegiado, Arthur Lira (PP-AL), como também conseguiu eleger Aguinaldo Ribeiro (PP-PB) como primeiro vice-presidente. Ambos foram incluídos na lista do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, e tiveram inquéritos abertos no STF. Ribeiro foi eleito por margem apertada: dos 54 votantes, 28 apoiaram o parlamentar e 26 votaram em branco. Eles deixaram claro que manterão seus postos.
Na terça-feira, 10, a bancada do PSOL pediu à Corregedoria da Câmara que abra uma sindicância para apurar as denúncias de corrupção envolvendo os 22 deputados investigados no âmbito da Operação Lava-Jato. Os parlamentares do partido também pediram que aqueles que exerçam funções de comando na Mesa Diretora - como o presidente Eduardo Cunha (PMDB-RJ) - e na CCJ sejam afastados de seus postos administrativos.
Os requerimentos foram apresentados pelo líder do PSOL, Chico Alencar (RJ). Ele defendeu que, além de Cunha, o deputado Waldir Maranhão (PP-MA) se licencie da primeira-vice-presidência e Arthur Lira (PP-AL) e Aguinaldo Ribeiro (PP-PB) deixem temporariamente a presidência e a primeira-vice da CCJ. O apelo não foi aceito pelo colegiado e o PSOL ficou isolado.
Na CPI, parte da sessão de ontem foi tomada por apelos para que os citados no esquema de corrupção na estatal deixassem suas funções. "Espero que os partidos e os investigados revejam sua participação nesta CPI. Isso fere a credibilidade da CPI por razões óbvias", insistiu Alencar. O PSDB chegou a ameaçar acionar a Corregedoria Parlamentar caso a liderança do PP mantivesse os investigados na CPI. Eduardo Cunha vem defendendo que os investigados continuem em seus postos por tratar-se apenas de apuração preliminar.
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