Dilma nega modificação na coordenação política

São Paulo, 11 - A presidente Dilma Rousseff descartou nesta quarta-feira, 11, durante entrevista coletiva após cerimônia de entrega de 967 casas do programa Minha Casa, Minha Vida (MCMV) no Acre, qualquer modificação na coordenação política de seu governo.
Segundo ela, a única alteração será o aumento do número de ministros e partidos que deverão participar dessa articulação por meio de "rodízio".

"Não há nenhuma modificação na coordenação política", declarou a presidente, rebatendo informações que circularam nos bastidores de que ela estaria decidida a retirar o ministro-chefe da Casa Civil, Aloizio Mercadante, de missões na área da articulação política do governo. Mais cedo, a Secretaria de Comunicação Social do Planalto (Secom) já tinha emitido nota negando a informação.

Dilma explicou que a coordenação desse rodízio será feita pelos ministros das Cidades e presidente licenciado do PSD, Gilberto Kassab, e da Ciência e Tecnologia, Aldo Rebelo, do PCdoB. "Eventualmente vamos chamar outros ministros quando o assunto for correlato à área deles", disse. De acordo com ela, a princípio essas reuniões serão semanais, mas poderão ser realizadas com maior intensidade.

"É muito flexível, é um sistema de governo", afirmou. Questionada se o rodízio seria uma forma de melhorar a relação com o Congresso Nacional, com quem Dilma tem tido vários embates e sofrido algumas derrotas na tentativa de aprovar as medidas do ajuste fiscal em andamento, a presidente declarou que sempre esteve aberta ao Congresso.

Manifestações

A quatro dias dos protestos que devem defender seu impeachment, a presidente declarou que não tem qualquer restrição ao direito da população de se manifestar. Após lembrar que, durante a juventude, participou de manifestações contra o Regime Militar, Dilma afirmou que a livre manifestação é algo que o Brasil tem de defender, desde que seja pacífica.

"Temos direito de se manifestar. O que nós não temos é o direito de ser violento", afirmou durante entrevista coletiva após cerimônia de entrega de 967 casas do programa Minha Casa, Minha Vida (MCMV) no Acre.
A presidente lembrou o caso das manifestações de junho de 2013, que, segundo ela, foram pacíficas, mas teve momento "que perdeu o controle, porque um grupo ficou mais radicalizado".

"A livre manifestação é algo que o Brasil tem de defender e defender que seja feita de forma pacífica", afirmou. No último domingo, a presidente foi alvo de "panelaço" em algumas capitais enquanto fazia discurso oficial na TV. Ontem, Dilma foi vaiada por cerca de 200 pessoas, durante Salão Internacional da Construção Civil em São Paulo.

Toffoli

A presidente Dilma Rousseff afirmou que a reunião desta quarta-feira com o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) José Antônio Dias Toffoli já estava agendada há muito tempo e teve como pauta principal o projeto de cadastro único dos brasileiros. A declaração foi dada durante entrevista coletiva após cerimônia de entrega de 967 casas do programa Minha Casa, Minha Vida no Acre.

"Fiz a reunião porque eu e o ministro Toffoli temos um interesse em comum: o cadastramento e identificação de cada um de nós com um documento. (...) Hoje cada um de nós pode ter até 20 documentos", respondeu, ao ser questionada por jornalistas sobre o porquê de o encontro ter sido realizado.

Nos bastidores, a informação era de que o encontro entre Dilma e o ministro teria acontecido para discutir assuntos relacionados à Operação Lava Jato, um dia após Toffoli migrar para a segunda turma do STF, para presidir, a partir de maio, as discussões sobre os inquéritos contra políticos investigados na operação..