"Garanto que os números não são esses. Faremos um detalhamento desse estudo para não cometermos o equívoco que o governo vem cometendo: chegar de sopetão e dizer algo que depois é obrigado a voltar atrás", declarou, em coletiva de imprensa nesta tarde, na Assembleia. Ele citou que, quando Pimentel assumiu o Palácio Tiradentes disse que não havia dinheiro para pagar os servidores estaduais e que, após pressão da oposição, inclusive com medidas judiciais, logo em seguida, o pagamento foi realizado.
Para Corrêa, o grande equívoco do governador foi "falar que a economia do País vai bem". Na coletiva desta manhã, o governador comentou que refuta qualquer argumento de que a revisão seja devido ao cenário macroeconômico adverso do País. "Se você analisar esses números que vieram agora, fica claro que a economia do País não vai bem.
Já o deputado Felipe Attie (PP), vice-líder do bloco, questionou os números estimados para receita agropecuária. "Em 2014, essa receita foi de R$ 5,928 milhões e estão estimando, R$ 4,897 milhões para este ano. Como? A agropecuária mineira vai diminuir?", disse. Mo material entregue pela equipe de Pimentel, porém, os números para o setor são os mesmos que foram estimados pela gestão anterior.
A oposição não quis citar um prazo para avaliar esse estudo e levar o assunto para votação na Assembleia. Corrêa chegou a falar em 10 dias para análise e discussões, mas depois disse que "da mesma forma que o governo pediu 90 dias para fazer esse estudo, acho que a oposição deveria solicitar também. Mas infelizmente somos minoria, temos prazos regimentais, mas podemos pedir vista ou audiência pública, se necessário."
O estudo foi entregue pela manhã ao presidente da Assembleia, deputado Adalclever Lopes (PMDB) pelo secretário de Estado de Governo, Odair Cunha, e deve embasar a análise do projeto de lei orçamentária. O orçamento de 2015 deveria ter sido aprovado no ano passado, conforme a Constituição Estadual e o Regimento Interno da Assembleia, mas os parlamentares não conseguiram chegar a um acordo na última legislatura. Por isso, o governo trabalhou nos dois primeiros meses do ano com o duodécimo do orçamento de 2014 e deve continuar assim até a aprovação da nova proposta orçamentária.
A Comissão de Fiscalização Financeira e Orçamentária (FFO) vai avaliar o novo estudo e emitir um parecer sobre o projeto de lei, cujo relator é o deputado Tiago Ulisses (PV), antes de ir para plenária. O governo disse hoje que espera a aprovação do orçamento em março para aplicação já em abril. "Tanto a oposição quanto a situação estão conscientes de que é preciso votar o orçamento com urgência, então isso será feito o mais breve possível, sem prejudicar a análise profunda que deve ser realizada", afirmou Lopes (PMDB).
Para o líder do governo na Assembleia, deputado Durval Ângelo (PT), semana que vem começam as discussões entre a situação e a oposição e na semana do dia 23, o orçamento pode ir à plenária para votação. "Há um acordo assinado com a oposição, no qual fui avalista junto com o Adalclever, que foi o compromisso de votar orçamento sem obstrução, porque estamos tendo muita pressão do Tribunal de Justiça por conta de obras de fórum e de cidades que estão paradas. E há um outro acordo, fechado ontem à tarde, mas sem as assinaturas minhas e do Adalclever, de que o Ulisses teria o poder de modificar o orçamento. Só que uma coisa são palavras e elas podem ser levadas ao vento", declarou.
Ângelo ainda disse que se comprovado o déficit, o governo vai cortar gastos na área de pessoal, não contratando cargos de recrutamento amplo; em publicidade e em algumas obras que não são imprescindíveis e possam ser realizadas em 2016.