"Os fatos que levaram a cassação do ex-presidente Fernando Collor são bem menos graves e inconsistentes que os imputados à Sra.
O pedido, datado de hoje, tem que ser aceito pelo presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), para ser apreciado no Congresso Nacional. No documento, Bolsonaro pede que Dilma perca o cargo de presidente por denúncia de crime de responsabilidade. Apesar de seu partido ser da base governista, Bolsonaro atua como sendo da oposição e se envolve em episódios públicos de embate com petistas, como a deputada Maria do Rosário (PT-RS). Ele também, que é militar da reserva, é autor de diversas falas polêmicas de defesa à ditadura.
Logo no primeiro item de considerações do pedido de impeachment que protocolou, Bolsonaro já faz uma deferência à ditadura militar. "A história recente da democracia brasileira, garantida durante a necessária intervenção dos governos militares e mantida pelo livre exercício político dos representantes eleitos do povo, registra a destituição de um mandatário do Poder Executivo por crime de responsabilidade."
Na sequência ele apresenta itens de argumentação de que o caso Collor tinha menor gravidade que a situação de Dilma, acusando-a de "evidente estelionato eleitoral e recorrentes atos de improbidade administrativa". O pedido diz ainda que a presidente está vinculada ao partido que está há 12 anos no poder com a "compra da fidelidade de aliados" no Legislativo e com "programas sociais que escravizam e corrompem o eleitor".
Bolsonaro acusa a presidente Dilma de incompetência e leniência ao permitir a "malversação de recursos públicos" no escândalo de corrupção da Petrobras..