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Estado de Minas

População sai às ruas em apoio a Dilma, mas cobra mudanças nas leis trabalhistas

Cerca de 2 mil pessoas, segundo a PM, percorrem avenidas do Centro de BH em defesa da presidente


postado em 14/03/2015 06:00 / atualizado em 14/03/2015 07:26

Os manifestantes caminharam pela pista da Fernão Dias até a portaria da Regap. No Centro de BH (direita), a multidão se concentrou na Praça Afonso Arinos e depois percorreu a Avenida Afonso Pena até o Centro (foto: Edésio Ferreira/EM/D.A PRESS / Túlio Santos/EM/D.A PRESS)
Os manifestantes caminharam pela pista da Fernão Dias até a portaria da Regap. No Centro de BH (direita), a multidão se concentrou na Praça Afonso Arinos e depois percorreu a Avenida Afonso Pena até o Centro (foto: Edésio Ferreira/EM/D.A PRESS / Túlio Santos/EM/D.A PRESS)

Em resposta aos protestos marcados para amanhã contra o governo da presidente Dilma Rousseff (PT), manifestantes se vestiram de vermelho e lotaram ruas e avenidas das principais capitais brasileiras. Nas bandeiras, a proteção da democracia, a defesa da Petrobras, a luta pelos direitos trabalhistas e, principalmente, o repúdio a qualquer tentativa de alas mais conservadoras de promover o impeachment de Dilma e forçar um golpe de Estado. Em Belo Horizonte, o ato reuniu milhares de pessoas, que percorreram desde a Praça Afonso Arinos – que conta com torre de extração de petróleo da época da criação da Petrobras – até terminar, por volta das 19h, na Praça Sete.

Pela estimativa dos organizadores, o evento contou com 8 mil pessoas, já a Polícia Militar (PM) calculou um quarto desse contingente. A quantidade de público, que ocupou toda a pista da Avenida Afonso Pena, sentido Rodoviária, fez cair por terra a orientação do prefeito Marcio Lacerda e da PM, que no início da semana haviam decretado tolerância zero a bloqueios totais de vias durante protestos.

O ato teve a participação da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Movimento Sem Terra (MST), centrais sindicais, movimentos sociais e estudantis. Integrantes do PT, PCdoB e partidos da base aliada do governo também estiveram presentes. Um abaixo-assinado pela reforma política circulou na manifestação, um dos temas mais defendidos.

Várias lideranças – entre representantes de sindicatos, de movimentos sociais e de grupos estudantis – discursaram em caminhão de som. Cartazes e faixas ironizavam o pedido de impeachment defendido por grupos que vão às ruas amanhã e também o panelaço promovido no dia 8 contra o discurso da presidente em rede nacional de rádio e TV. “Somos contra todas as tentativas de uma virada à direita que estão tentando no país”, afirmou a presidente da CUT-MG, Beatriz Cerqueira. Esse é também o temor do servidor público, Rubem Gueiro, que foi ao ato com a mulher e o filho. “A democracia e o nosso voto têm que ser respeitados. Quer ganhar a eleição? Que ganhe democraticamente”, disse.

A defesa da principal estatal brasileira levou funcionários da Petrobras a comparecer à manifestação com os uniformes laranjas da empresa. “Somos contra qualquer tentativa de privatizar a Petrobras e acreditamos que responsáveis pela corrupção devem responder por crime hediondo”, afirmou o diretor da Federação Única dos Petroleiros e coordenador do Sindicato dos Petroleiros de Minas Gerais, Leopoldino Martins.

O fim do financiamento privado de campanhas eleitorais, tema que enfrenta grande resistência no Congresso Nacional, também foi tratado. “Já passou da hora de atacarmos o problema em sua raiz. Na relação de partidos e deputados com grandes empresas”, afirmou o professor Reginaldo Fernandes, de 43 anos.

Apesar de a maioria dos discursos apoiar a presidente e condenar a possibilidade do impeachment, também foram feitas cobranças a Dilma, como a revisão nas mudanças propostas pelo Palácio do Planalto em relação às leis trabalhistas. Em uma das faixas levadas pelo sindicato dos metalúrgicos de Betim, estava o pedido pela revogação das Medidas Provisórias 664 e 665, que determinam novas regras para acesso a benefícios previdenciários como seguro desemprego, auxílio-doença e abono salarial. Ambas editadas pela petista em 30 de dezembro.

“Não podemos aceitar medidas contra o trabalhador, como do ministro (da Fazenda) Joaquim Levy, ou posições da (ministra da Agricultura) Kátia Abreu. Queremos um governo de esquerda, em defesa dos trabalhadores. Elegemos a presidente Dilma e vamos defendê-la até o fim contra conservadores que querem dar um golpe antidemocrático”, discursou Cleide Donária, do Partido da Causa Operária (PCO).

Estrada As manifestações organizadas pelas centrais sindicais e movimentos sociais levantaram uma bandeira em defesa da Petrobras e da soberania nacional, criticando uma tentativa dos partidos de direita de tentarem criar condições para a privatização da estatal petrolífera. Em Minas Gerais os protestos aconteceram na BR-381, também conhecida como Fernão Dias, que foi fechada pelos manifestantes provocando um grande congestionamento, e chegaram até a porta da Refinaria Gabriel Passos (Regap), em Betim.

 

Em São Paulo, cerca de 12 mil manifestantes tomaram a Avenida Paulista para defender Dilma e os direitos dos trabalhadores (foto: Robson Fernandjes/Fotos Públicas)
Em São Paulo, cerca de 12 mil manifestantes tomaram a Avenida Paulista para defender Dilma e os direitos dos trabalhadores (foto: Robson Fernandjes/Fotos Públicas)

Trabalhadores nas ruas em 24 estados e no DF


Protestos em defesa da Petrobras e da presidente Dilma ocorreram em cidades de 24 estados e no Distrito Federal durante todo o dia de ontem. Os manifestantes, que foram convocados por centrais sindicais e outras entidades, também reivindicaram direitos dos trabalhadores, reforma agrária e reforma política.  Em todo o país, participaram 32 mil pessoas, segundo as autoridades policiais, e 148 mil, segundo organizadores. As manifestações foram no Acre, em Alagoas, no Amapá, no Amazonas, na Bahia, no Ceará, no Distrito Federal, no Espírito Santo, em Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, no Maranhão, em Minas Gerais, na Paraíba, no Pará, Paraná, em Pernambuco, no Piauí, Rio de Janeiro, no Rio Grande do Norte, em Rio Grande do Sul, em São Paulo, Sergipe, Santa Catarina e Tocantins. Os atos foram pacíficos.

Foi em São Paulo, uma das maiores concentração de trabalhadores, com 12 mil pessoas, segundo a Polícia Militar, que percorreram as ruas da cidade. Em carros de som, sindicalistas criticaram quem fala em impeachment e disseram que o PSDB é aliado dos EUA e que casos de corrupção devem ser investigados e os culpados devem ser punidos. A caminhada começou por volta das 15h30 com destino à Praça da República. Às 15h45, o ato fechava os dois sentidos da Avenida Paulista na altura do prédio da Petrobras. De acordo com a prefeitura, a Avenida Paulista, no Sentido Paraíso-Consolação, foi liberada até a Rua Ministro Rocha Azevedo no fim da tarde.

No Rio, cerca de mil pessoas integrantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), de acordo com a Polícia Militar, se reuniram na Cinelândia em defesa da empresa e em apoio ao governo Dilma. O grupo se deslocou até a sede da Petrobras, na Avenida Chile, no início da tarde. Diante da sede da estatal, o grupo fez um abraço simbólico e cantou o Hino Nacional na porta do edifício. Em seguida, gritaram “viva Dilma”. Após alguns minutos na frente do prédio, manifestantes voltaram para a Cinelândia. Outros continuaram no local. O protesto aconteceu sem incidentes.


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