No despacho em que determinou a prisão do ex-diretor de Serviços da Petrobras Renato Duque, o juiz federal Sérgio Moro afirmou que a decisão não afronta o entendimento do Supremo Tribunal Federal (STF), que concedeu liberdade a Duque, em dezembro do ano passado.
Moro afirmou que, mesmo após a deflagração da Operação Lava Jato, o ex-diretor continuou cometendo crime de lavagem de dinheiro, ocultando os valores oriundos de propina em contas secretas no exterior, por meio de empresas off-shore. Para o juiz, 20 milhões de euros que foram bloqueados em bancos na Suíça e em Mônaco não são compatíveis com a renda do acusado. Duque também é acusado dos crimes de corrupção e fraude em licitação.
"Não há qualquer afronta ou contrariedade à decisão anterior de soltura de Renato Duque pelo Supremo Tribunal Federal, já que a preventiva ora decretada assenta-se não só em fato novo, mas também em fundamentos diversos, o risco a ordem pública. A decisão é consistente com as decisões do próprio STF que tem denegado a revisão das preventivas decretadas com base em risco à ordem pública em relação a outros investigados ou acusados na assim denominada Operação Lava Jato", justificou.
Na decisão que concedeu liberdade a Duque, o ministro Teori Zavascki, relator dos processos da Operação Lava Jato no Supremo, entendeu que prisão preventiva não pode ser justificada apenas no risco de fuga e na manutenção da ordem pública. A decisão do ministro foi referendada pela Segunda Turma do STF no mês passado.
A defesa de Renato Duque nega que o ex-diretor tenha contas secretas no exterior e o recebimento de propina enquanto ocupou a diretoria de Serviços na Petrobras.
Com Agência Brasil