Aécio voltou a dizer que as manifestações não foram encabeçadas por nenhum partido político. Segundo ele, os atos representam o sentimento de insatisfação dos brasileiros - não somente daqueles que votaram no PSDB - com uma série de questões como a corrupção e a precariedade do serviço público. "Quanto mais distante estiver o governo deste sentimento da sociedade brasileira, mais difícil será governar daqui por diante", disse.
De acordo com o tucano, golpe militar é algo inaceitável, mas todas as manifestações que respeitem a democracia são válidas. "O impeachment demanda de dois componentes: um de ordem política, que não está longe de ocorrer, expresso por insatisfação generalizada da população brasileira. Já do ponto de vista jurídico, ainda não está colocado.
Sobre o pacote anticorrupção que, segundo os ministros, será anunciado nos próximos dias, Aécio avaliou que não será suficiente para solucionar o problema e que a presidente deveria, primeiramente, optar por colocar pessoas sérias e honradas no governo. "Não é uma lei que vai acabar com a corrupção no Brasil", falou. Ele também disse que Dilma tem a "responsabilidade e a obrigação" de se dirigir aos brasileiros, reconhecer os erros e mudar. "Fazer um mea-culpa é em qualquer situação o primeiro ponto para você mostrar sinceridade na mudança de rumo", disse.
Aécio reconheceu que, se tivesse sido eleito, enfrentaria dificuldades para governar o País, dada a situação da economia. "Mas nós teríamos uma vantagem enorme com relação ao atual governo, porque nós dissemos a verdade durante a campanha eleitoral. Nosso governo seria o governo da previsibilidade", afirmou. "Esse governo vive uma crise de desconfiança que o nosso não viveria."
O presidente do PSDB ainda contou que pretende reunir amanhã em Brasília algumas lideranças do PSDB e de outros partidos de oposição para redefinirem a agenda do Congresso e fazer "uma avaliação serene" sobre o que está acontecendo no cenário nacional..