Janot falou por menos de cinco minutos, assinou protocolos e saiu rapidamente do auditório no Ministério Público de São Paulo, evitando a imprensa. Ele não citou nenhuma vez a operação Lava Jato. Disse apenas que o Ministério Público passa por um momento rico, por "diversos motivos".
O procurador-geral pode ser reconduzido ao cargo em setembro, para mais dois anos à frente da PGR - recondução essa que depende do aval de senadores. Janot, contudo, tem sido alvo de críticas abertas e nos bastidores por parlamentares, especialmente do PMDB. O partido se ressente da abertura de inquérito contra os presidentes peemedebistas da Câmara, Eduardo Cunha (RJ), e do Senado, Renan Calheiros (AL).
Janot assinou com Márcio Elias Rosa, procurador de Justiça do Estado de São Paulo, acordos de cooperação de bases de dados e para coibir o uso de explosivos e o uso de armas com numeração raspada - o que facilita o contrabando de armamentos. "É chegado o momento de o Ministério Público, além de sua atividade própria, começar a usar a expertise que adquire na atividade do dia a dia para contribuir, para sugerir aos órgãos do Estado medidas que possam auxiliar seja na segurança pública, seja no combate à corrupção", afirmou.
Janot ouviu um elogio de Elias Rosa, que falou antes dele, sobre sua atuação na Lava Jato.