Brasília, 16 - Diante da intensificação dos protestos nas ruas contra o partido, o líder do PT no Senado, Humberto Costa (PT-PE), considerou nesta segunda-feira, 16, que a legenda deve passar por uma processo de "auto renovação". Nesse domingo, 15, durante as manifestações realizadas em várias cidades do País, foram entoadas palavras de ordem contra o PT, partido da presidente Dilma Rousseff.
"Eu diria que o PT está vivendo hoje um momento de dificuldade e ele precisa reagir. Começou a reagir com a sua militância, mas essa reação precisa ter uma intensidade maior, inclusive dentro do partido. O PT precisa passar por um processo de auto renovação, precisa mudar, fazer com que a cultura interna do próprio partido se altere também", ressaltou o senador Humberto Costa.
O petista discordou ainda da declaração do ministro Miguel Rossetto, da Secretaria-Geral da Presidência da República, de que as manifestações foram promovidas por pessoas que votaram contra a presidente Dilma nas últimas eleições de outubro do ano passado.
"Não [concordo]. Acredito que muita gente que foi às ruas ontem votou na presidente Dilma e está insatisfeita. Isso é normal, um segundo mandato passa sempre por um processo de altos e baixos. Estamos apenas iniciando o segundo mandato da presidente Dilma e com toda a certeza teremos condições, de superando esse momento de dificuldade, recompor esse apoio", afirmou.
O líder do PT no Senado considerou também que os protestos realizados contra o governo foi um sinal de alerta que deve ser observado pelas principais lideranças do Executivo.
"Foi um grande alerta para que o governo melhore seu diálogo com a sociedade, explique as medidas que tem tomado e que vai tomar. Mostre o porquê de um conjunto de ações. Ouça não só o Congresso, ouça os movimentos sociais e essas vozes das ruas e apresente para Brasil um conjunto de propostas que possam atender a esses reclames", defendeu. "Por outro lado, esse fenômeno de desgaste de governo, de partidos, é um fenômeno inclusive internacional. Em vários países governos que foram recentemente eleitos em meio à crise passam por um processo de desgaste", acrescentou.