"Não posso achar que o Brasil virou uma 'republiqueta' e que podemos tirar o presidente democraticamente eleito. O Brasil não pode fazer como o Paraguai, que tirou o Lugo do dia pra noite porque ele perdeu apoio, vai ser um impeachment atrás do outro se isso acontecer."
O presidente da Câmara disse ainda ser a favor do parlamentarismo como sistema de governo, mas que falar nisso agora soaria golpista, então que preferiria plantar uma semente deste debate para o futuro.
Questionado sobre a operação Lava Jato e sobre a sua fala de que o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, teria escolhido a quem investigar, Cunha disse não ser uma alegação política, mas técnica. "O procurador usou dois pesos e duas medidas", afirmou Cunha, ao argumentar novamente que, a seu ver, o inquérito contra o senador Delcídio Amaral (PT-MS) não deveria ter sido arquivado e que não deveria ter sido aberta investigação contra a senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR). O presidente da Câmara também voltou a ressaltar que o envolvimento de seu nome não foi corroborado pelos delatores Paulo Roberto Costa e Alberto Youssef.
Cunha disse que, mesmo que seu inquérito vire uma denúncia contra ele, não pretende renunciar ao cargo de presidente da Câmara. "Não podemos condenar ninguém antecipadamente", alegou.
Sobre a polêmica afirmação dada na manhã desta segunda-feira, 16, Cunha esclareceu que não quis dizer que não há corrupção no poder Legislativo, mas que a governança para evitar os casos denunciados recentemente é do poder Executivo. "Não estou isentando, mas a raiz do problema não está lá (no Legislativo)", afirmou ao defender que a corrupção na Petrorbras decorreu, em grande parte, de mudanças regulatórias de licitação, na competência do Executivo..