O presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) seção Minas Gerais, Luís Cláudio Chaves, defendeu nessa segunda-feira, durante o lançamento da campanha de combate à corrupção, a imediata conclusão, no Supremo Tribunal Federal (STF) do julgamento da Ação Direta de Inconstitucionalidade (Adin) proposta pelo Conselho Federal da OAB contra o financiamento empresarial das campanhas políticas. Em 2 de abril de 2014, seis dos onze magistrados da Corte votaram a favor da ação, número de votos favoráveis suficiente para que as doações privadas a campanhas sejam consideradas inconstitucionais. Mas o ministro Gilmar Mendes pediu vistas, interrompendo o julgamento. Até o momento não foi marcada nova data, embora o regimento interno do STF determine um prazo de 30 dias para que o processo seja devolvido ao plenário.
"É inaceitável que empresas acabem escolhendo quais são os candidatos que irão representar a nação brasileira. O poder emana do povo e em nome dele deve ser exercido. O voto é popular e não empresarial. o que vemos é que hoje o voto hoje tem preço", disse, considerando que se o julgamento não for concluído um ano antes das eleições municipais de 2016 – portanto em 2 de outubro – as empresas vão continuar financiando as candidaturas no próximo pleito. "É preciso pressão popular para que esse julgamento seja concluído no STF e tenhamos, já em 2016, a impossibilidade de doações de empresas", sustentou.
A proibição do financiamento de pessoas jurídicas para as campanhas políticas é o eixo central de propostas apresentadas pela OAB e, a partir dele, se desdobram outras ações.
Depois de considerar ontem o direito de manifestantes irem às ruas para expressar a sua insatisfação em relação aos governos, Luís Cláudio Chaves rechaçou as propostas de intervenção militar e de impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT). "Juridicamente não há razão para qualquer impeachment porque a presidente acabou de ser reeleita e pedido desse gênero deve estar fundamentado em crime cometido na gestão", afirmou, considerando, em seguida, inadmissível e um retrocesso a ideia de um golpe militar em pleno século XXI..