Aliados brigam por comando da Associação Mineira de Municípios

Enquanto se engalfinham no Congresso, PT e PMDB disputam a presidência da associação que reúne 853 prefeitos em Minas

Juliana Cipriani
Antônio Júlio (PMDB) (foto) e Gilmar Machado (PT) caminham para bater chapa na eleição da AMM - Foto: Luís Alberto Caldeira/Bem na Net
O embate entre os aliados PT e PMDB que ocorreu na eleição para a Câmara dos Deputados pode se repetir em Minas Gerais, porém na disputa do próximo dia 31 pelo comando da entidade municipalista que representa os 853 prefeitos do estado, a Associação Mineira de Municípios (AMM). Depois das queixas dos peemedebistas que não se sentiram atendidos com as nomeações para as secretarias e outros cargos, os dois partidos caminham para bater chapa pelo comando da instituição. O PMDB vai para a batalha com o apoio do arquirrival dos petistas, o PSDB.

Já houve uma tentativa de acordo para lançar uma chapa única, mas segundo o prefeito de Pará de Minas, Antônio Júlio (PMDB), isso não foi possível. Tanto que ele continua em campanha e o concorrente Gilmar Machado (PT), prefeito de Uberlândia, enviou cartas aos prefeitos na sexta-feira confirmando sua participação na eleição. “Sentamos para tentar um acordo e ele (Gilmar) chegou a propor um terceiro nome, depois falou que não ia disputar e agora saiu em campanha. Acho legítimo ele querer”, afirmou Antônio Júlio.

O peemedebista afirmou que ainda insistirá em uma chapa de consenso e está disposto até a abrir mão em favor de uma outra via, mas não se mostrou muito otimista. “O PT tem hora que gosta de ir para o embate, como fizeram na Câmara. Eles têm dificuldade de conversar e conciliar.
É uma disputa que não é boa para ninguém”, afirmou. A última eleição que escolheu o atual presidente da AMM, Antônio Andrada (PSDB), foi sem disputa. O tucano, aliás, declarou apoio ao peemedebista como seu sucessor. Ontem, Antônio Júlio disse ter se reunido com 53 prefeitos do Norte de Minas em Montes Claros e que o sentimento foi de entusiasmo.

O líder da minoria na Assembleia, deputado Gustavo Valadares (PSDB), afirmou que seria mais “razoável” ter o PMDB no comando da entidade. “Se o intuito é discutir os interesses dos 853 municípios, atrelar a AMM à questão partidária, nessa situação de radicalismo deles no trato dos adversários, não seria bom. Vejo o PMDB como mais flexível e acessível neste momento”, disse. A recíproca é verdadeira. Em Montes Claros, Antônio Júlio disse que, se eleito, não vai se submeter aos interesses do governo do estado.

O prefeito de Uberlândia, Gilmar Machado (PT), disse que, junto com o prefeito Arthur (PT), de Luminária, estará reunido na sexta-feira com prefeitos para decidir sobre a eleição, mas se mostrou pouco interessado quando questionado sobre um possível acordo com Antônio Júlio. Ao contrário, ele procurou demonstrar a força de sua candidatura. “Comigo tem vários prefeitos do PMDB e de vários partidos, como PSDB, DEM e PR. A AMM não é uma associação de um partido. Estamos chamando várias pessoas que podem entender outra coisa. O que estamos discutindo é um projeto de uma AMM que seja dos prefeitos, que não haja um instituto mandando, que não seja vinculadas a uma faculdade”, afirmou sem explicar a que estava se referindo.
De um colégio eleitoral de 540 aptos a votar, o esperado é que cerca de 350 apareçam para escolher o novo dirigente. Questionado se teria uma atuação mais governista, o petista insistiu que a entidade trabalha pelos prefeitos..