Mercadante diz que situação que causou a saída de Cid foi 'incidente político grave'

- Foto: Valter Campanato/ABr

O ministro da Casa Civil, Aloizio Mercadante, considerou a reação do agora ex-ministro da Educação Cid Gomes um "incidente político grave". Ele disse que a permanência do colega prejudicaria o próprio MEC. Mercadante se negou a comentar uma possível saída dele da Casa Civil - ele tem sido alvo de especulações e de fogo amigo de setores do PT. Questionado sobre uma possível ida para o MEC, Mercadante se negou a comentar. "Tenho trabalho demais", disse.

"É da vida pública, é da democracia, tivemos um incidente político grave. Evidentemente prejudicaria muito o MEC a permanência do ministro depois da sessão que vimos ontem", disse Mercadante, nesta quinta-feira, 19, após participar de premiação na embaixada da Espanha, em Brasília. O ministro se referiu ao bate-boca entre Cid e os parlamentares ontem, em sessão no plenário da Câmara. Gomes chegou a dizer ao presidente da Casa, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que prefere "ser acusado por ele de mal educado do que ser como ele, acusado de achaque".

Sobre a indicação de um novo ministro para o lugar de Cid, Mercadante afirmou que compete à presidente escolher.
"Ele (Cid) tomou a iniciativa de pedir demissão para a presidenta e compete a ela agora indicar", afirmou. "Tenho certeza de que ela fará a melhor escolha".

Após o episódio, Mercadante descartou a possibilidade de o PROS deixar a base aliada do governo. "Todo mundo sabe que a saída do ministro foi em função do incidente de natureza política e pessoal. Não tem nenhuma relação com o governo".

Datafolha

Na avaliação do ministro, o ambiente conturbado no campo da política se deve em parte ao clima de terceiro turno instalado após as últimas eleições. Mercadante, no entanto, considerou que o governo precisa ficar atento ao clamor da sociedade. "Governo tem que ler as pesquisas de opinião com humildade, coragem e firmeza", afirmou.

Apesar de dizer que o governo precisa ouvir as críticas, Mercadante afirmou que o governo não pode ser cobrado pelas promessas feitas durante a campanha com apenas dois meses do início da nova gestão. "Discurso de campanha é para quatro anos", disse..