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Estado de Minas

Impeachment 'não nos tira do caos, mas pode aprofundá-lo', diz Marina a jornal

Marina Silva criticou, no entanto, a presidente Dilma Rousseff afirmando que durante a campanha a petista dizia que os problemas do Brasil eram "só uma dor de cabeça e que se iria curar com analgésico"


postado em 20/03/2015 12:31 / atualizado em 20/03/2015 12:48

(foto: Vagner Campos/MSilva Online )
(foto: Vagner Campos/MSilva Online )

São Paulo - A ex-candidata à Presidência Marina Silva voltou a se posicionar contra o impeachment da presidente Dilma Rousseff. Depois de publicar um artigo em que defendia essa posição no dia 14, logo antes dos protestos, a ex-ministra afirmou em entrevista ao jornal Valor Econômico nesta sexta-feira que um impedimento da presidente pode aprofundar o caos.

"A ideia do impeachment, sem que se tenha um fato que diga que há responsabilidade direta da presidente da República, não nos tira do caos. Pode aprofundá-lo", opinou Marina, que criticou a presidente Dilma Rousseff afirmando que durante a campanha a petista dizia que os problemas do Brasil eram "só uma dor de cabeça e que se iria curar com analgésico". "Agora se quer dar doses de morfina".

Para Marina, os protestos do dia 15 foram "manifestação fantástica que extrapolou qualquer expectativa". "Eu brincava com o Eduardo Campos: acho que estas eleições são a chance de mudar antes de sermos mudados. Agora temos que nos preparar para ser mudados, a sociedade está nos mudando. Isso não vai parar, não vai arrefecer", disse Marina ao ser perguntada sobre a crise política.

Sobre sua ausência do debate público depois das eleições de outubro, Marina disse que o afastamento não foi um silêncio e que se coloca em "posição de independência". Ela disse, porém, que sua posição é parecida com a do PSB e da Rede. "Eu me coloco em uma posição de independência para poder assumir posição de não ser a priori contra ou a favor, mas olhar no mérito as questões de responsabilidade com o País", afirmou.

Marina ainda repetiu o discurso de campanha dela e de Eduardo Campos ao dizer que não se pode personalizar as conquistas da democracia brasileira nos últimos vinte anos. "O Plano Real não pode ser o plano do Fernando Henrique. (...) Do mesmo modo, a inclusão social não é do PT ou do Lula", disse Marina.


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