Prioridade do governo agora é ajuste fiscal

Estado de Minas

Diante da pressão de aliados por uma reforma ministerial, tendo como mote a saída de Cid Gomes do Ministério da Educação, a presidente Dilma Rousseff (PT) afirmou em entrevista coletiva, depois do evento do MST, que a prioridade é mesmo o ajuste fiscal: “Não quero falar disso (reforma), precisamos aprovar o ajuste e, a partir disso, outras medidas serão tomadas”.

Dilma minimizou o cenário de crise ao afirmar que o Brasil tem reservas substantivas e uma situação estável, além de uma relação da dívida sobre o PIB pequena na comparação com o resto do mundo.

“Temos relação extremamente sóbria entre gasto com folha e orçamento. Não temos descontrole na folha de pagamento”, disse. Segundo ela, as flutuações no cenário internacional hoje afetam o país, mas antes, no passado, o quebrariam. Ela também afirmou que as pessoas precisam lembrar que, com dois meses e meio de novo governo, há uma série de programas em andamento e citou o bem-sucedido leilão da ponte Rio-Niterói.

A presidente reconheceu que o país sofre de fato um desequilíbrio fiscal e justificou o ajuste repetindo o que já havia relatado no discurso, durante o evento, que o poder público absorveu muitas coisas nos últimos anos para que a crise internacional não atingisse a população. De acordo com a presidente, agora que o governo não tem mais condições de absorver tudo, alguns pontos precisam ser “revisados”. “Fizemos desonerações muito significativas. Esta da folha salarial, sozinha, equivale a R$ 25 bilhões.
O que estamos fazendo não é acabar com os R$ 25 bilhões, estamos reduzindo para R$ 12 bilhões.

Ela também admitiu que o governo está fazendo correções em programas sociais. “No ano passado, tiramos 1,3 milhão de famílias do Bolsa Família porque mecanismos de auditoria indicavam que pessoas tinham saído do limite da renda. Enquanto as pessoas que não estavam enquadradas passaram a se enquadrar: saíram 1,3 milhão e entraram 750 mil”. Dilma ainda revelou que o governo pretende rever o seguro-defeso. “Somos a favor do seguro-defeso para o pescador sim. Mas não é possível que o pescador que esteja no semiárido e receba seguro-defeso”, avaliou.

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