Maçons de todo o país foram às ruas neste sábado para lançar um projeto de lei, que pretendem apresentar como de iniciativa popular. Em Belo Horizonte, cerca de 600 maçons, vestidos de terno e gravatas pretas, caminharam da sede da loja maçônica, na Avenida Brasil, no bairro Santa Efigênia, até a estátua de Tiradentes na esquina com Avenida Afonso Pena. O grão-mestre da Grande Loja Maçônica de Minas Gerais, o médico Leonel Ricardo de Andrade, explica que o ato marcou o início da coleta de assinaturas para o projeto de lei e também foi um protesto contra a corrupção.
“Queremos que a corrupção seja considerada crime hediondo e que as penas possam ser revistas para que os recursos públicos desviados sejam ressarcidos”, explica o objetivo do projeto o grão-mestre. Para ser apresentado como lei no Congresso, o projeto precisa de 1,5 milhão de assinaturas que corresponde a 1% do eleitorado do país.
O autor é coronel aposentado da Polícia Militar, José Eduardo da Silva, maçom de Barbacena. Silva explica que para ser aceito como projeto de lei sua ideia tem ainda que conseguir adesão de pelo menos 0,3% do eleitorado de cinco estados, o que visa evitar a concentração de coletas em poucas localidades. “Quem mata alguém pode pegar de seis a 30 anos de prisão, enquanto a corrupção prevê pena de dois a seis anos. Um corrupto que tira dinheiro de um hospital é responsável pela morte de muitas pessoas”, entende Silva. Existem 27 lojas maçônicas no país e elas vão coordenar a coleta de assinaturas.
Durante a caminhada na Avenida Brasil os maçons carregavam cartazes com os dizeres “Fora corruptos. Salve o Brasil”, “O meu partido é meu país”, “Justiça e punição severa para para corruptos” e “Corrupção nunca mais”. Ao chegarem em frente a estátua de Tiradentes, os maçons cantaram o hino nacional e deixaram uma coroa de flores na base da estátua. De acordo com Leonel, Tiradentes representa o movimento libertários dos inconfidentes que rebelou contra a cobrança de impostos (o quinto do ouro), além de pertencer a maçonaria.