Esses repasses, segundo o executivo Augusto Mendonça, um dos delatores da Lava Jato, eram disfarçados em forma de doações eleitorais.
O valor repassado em 7 de abril, quando era dada a largada para a campanha da presidente Dilma Rousseff, foi o mais alto doado dentro de uma lista de 24 repasses partidários e de campanha listados pelo delator. São quatro recibos, com números sequenciais, datados de 7 de abril de 2010. Três com valores de R$ 150 mil e um de R$ 50 mil.
O juiz Moro pediu ao TSE que mande informações sobre as doações, "se possível em 15 dias". Além da Setal Óleo e Gás (SOG), da Projetec e da PEM Engenharia, o juiz federal quer dados sobre doações da Energex Group Representação e Consultoria, Tipuana Participações e Setec Tecnologia.
Nesta segunda feira, 23, o juiz Moro abriu ação penal contra 27 alvos da Operação My Way - nona fase da Lava Jato -, entre eles o ex-diretor de Serviços da Petrobras Renato Duque, elo do PT na Petrobras, e o tesoureiro do partido João Vaccari Neto, denunciados por corrupção e lavagem de dinheiro.
Na decisão em que abre ação penal contra Duque e Vaccari o juiz destacou. "Quantia substancial da propina, R$ 4.260.000, foi repassada, entre 23 de outubro de 2008 a 8 de março de 2012, como doações eleitorais registradas ao Partido dos Trabalhadores - PT."
As doações, assinalou o juiz da Lava Jato, foram feitas pelas empresas ligadas a Augusto Mendonça - PEM, Projetec e SOG.
A Secretaria de Finanças do Partido dos Trabalhadores nega que João Vaccari Neto tenha participado de esquema para recebimento de propina ou de recursos de origem ilegal destinados ao partido..