Três vereadores de São Joaquim de Bicas, na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH), foram presos na manhã desta terça-feira, além de outros três parlamentares conduzidos coercitivamente, e levados à sede do Ministério Público em Igarapé, também na RMBH. A ação faz parte de uma operação deflagrada pelo Ministério Público de Minas Gerais para combater esquema de corrupção que funcionava na Câmara Municipal. Com o apoio da Polícia Militar, os promotores cumpriram também mandados de busca e apreensão no prédio da Câmara e nas casas dos vereadores.
De acordo com as primeiras informações, o esquema funcionava mediante a cobrança de propina de empresários que desejavam ter projetos aprovados no município e que dependiam de votação na Câmara Municipal. Os vereadores procuravam o empresário interessado - dos setores imobiliário, indústria metalúrgica e de plástico-, e informavam que determinado projeto só seria aprovado mediante pagamento de suborno.
Maioria sob suspeita
O ministério Público dará uma coletiva na tarde desta desta terça-feira para informar qual a participação de cada um dos parlamentares no esquema de corrupção investigado e, ainda, quantos se encontram presos ou tiveram prisões coercitivas decretadas pela Justiça.
Operação
A operação começou às 6h da manhã desta terça-feira, com a participação de 11 viaturas da Rotam, com 44 policiais, que deram garantia para cumprimento dos mandados decretados pela Justiça. O prédio da Câmara Municipal foi fechado e os servidores foram impedidos de entrar no local, onde foram apreendidos documentos e computadores. A reabertura da Casa só ocorrerá nesta quarta-feira (25).
Por volta das 10h20 desta terça-feira, o presidente da Câmara, vereador Carlos Braga, preso na casa de um amigo, chegou em uma viatura, algemado e, segundo o capitão Guilherme Tiradentes da Rotam, ele foi até a sede do Legislativo para abrir o cofre da Casa. Braga entrou no local sob vaias de populares, que gritavam "a casa caiu". O vereador saiu do prédio sem, segundo militares, abrir o cofre, alegando que não conhecia a senha.
Investigações
As investigações começaram há dois meses, depois que empresários procuraram o Ministério Público para denunciar que estavam sendo extorquidos pelos vereadores. Não há ainda informações sobre valores oriundos da extorsão denunciada pelo Ministério Público.
O vereador Carlos Braga, conhecido na cidade como Carlinhos da funerária, teria dito aos policiais ao ser preso que estava sendo vítima "de perseguição política" por ter anunciado que seria candidato a prefeito nas eleições de 2016.
Assista ao vídeo do momento da prisão de um dos vereadores:
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