Após reunião com os ministros Joaquim Levy (da Fazenda), Carlos Gabas (da Previdência) e Pepe Vargas (de Relações Institucionais) no Palácio do Planalto, nesta terça-feira, o líder do governo na Câmara dos Deputados, José Guimarães (PT-CE), disse que os partidos negociam uma proposta alternativa para a política nacional do salário mínimo e que até a quarta-feira, 25, a solução será apresentada.
Em nome do pacote de ajuste fiscal, o governo quer evitar a aprovação da política de reajuste do salário mínimo com o uso da mesma regra para aposentados e pensionistas. O projeto, que foi retirado de pauta na quarta-feira, 18, poderá voltar ao plenário nesta semana. "Não está definida qual será a solução", declarou Guimarães. O petista explicou que o governo quer chegar em 1º de maio, Dia do Trabalho, com a medida aprovada pelo Congresso.
Durante o encontro com os líderes da base aliada na Câmara, Levy disse que a manutenção do grau de investimento pela agência de classificação de risco Standard & Poor's (S&P) é o primeiro passo para a recuperação da economia brasileira. "É uma sinalização importantíssima", comemorou Guimarães. Para o petista, a disposição do governo em dialogar sobre as medidas de ajuste fiscal mostra que não haverá descontrole na economia brasileira e essa sinalização influenciou na manutenção da nota.
Levy disse aos líderes partidários, segundo Guimarães, que o Brasil está seguro no caminho da retomada do crescimento e que a dificuldade é momentânea. Já o ministro Pepe Vargas destacou que o ajuste fiscal é uma "necessidade imperiosa". Guimarães elogiou a capacidade de argumentação simples de Levy e disse que o ministro é um dos que mais dialogam com o Parlamento. "Ele está virando o queridinho dos líderes da base", relatou.
As comissões mistas que analisarão as medidas provisórias do pacote de ajuste fiscal serão instaladas amanhã e, após o feriado da Páscoa, as centrais sindicais serão convidadas a participar de audiência pública. "Nossos ouvidos não podem ficar surdos para as centrais", disse Guimarães. O líder do governo admite que as MPs sofrerão mudanças, mas defendeu que a "espinha dorsal" das propostas seja mantida.