A Justiça Federal concedeu liminar à Prefeitura do Rio para a redução da dívida do município com a União. Com a decisão, o saldo devedor do Rio passa de R$ 6,2 bilhões para R$ 1,2 bilhão. A atualização dos valores leva em conta as novas regras sancionadas pela presidente Dilma Rousseff (PT), que tem na base aliada de seu governo o PMDB do prefeito Eduardo Paes.
Sancionada pela presidente em novembro, a Lei Complementar 148/2014 muda a forma de cálculo da dívida de municípios e Estados. O reajuste do financiamento passa a ser corrigido pelo menor índice (taxa Selic ou IPCA), mais 4% ao ano. Pelas regras em vigor, a correção é feita pelo IGP-DI, mais 6% a 9% ao ano. O ajuste fiscal faz o governo protelar a adoção do novo cálculo.
"Não podemos abrir mão de recursos que nos pertencem. Isso não é batalha política. Entendo que o ajuste fiscal é necessário e fundamental, mas não dá para querer botar na conta dos municípios e não cumprir a lei. Essa lei foi encaminhada pelo Ministério da Fazenda, aprovada pelo Congresso e sancionada sem vetos pela presidente", afirmou Paes.
Na tentativa de negociar uma solução para a crise, o prefeito jantou na segunda-feira, 23, em Brasília, a convite do vice-presidente Michel Temer (PMDB), com o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), e o líder de seu partido na Câmara, Leonardo Picciani (RJ). Não houve acordo.