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Estado de Minas

Ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto está no alvo da CPI da Petrobras

Deputados aprovam requerimentos para ouvir outras 15 pessoas. Com a convocação do ex-tesoureiro, petistas querem que ele deixe a legenda para evitar mais constrangimentos


postado em 25/03/2015 06:00 / atualizado em 25/03/2015 09:39

Algemado, o ex-diretor da Petrobras Eduardo Duque deixa a sede da PF em direção ao Complexo Médico Penal (foto: Antonio More/Gazeta do POvo)
Algemado, o ex-diretor da Petrobras Eduardo Duque deixa a sede da PF em direção ao Complexo Médico Penal (foto: Antonio More/Gazeta do POvo)

Brasília – Um dia depois de virar réu no processo de investigação da Operação Lava-Jato, o tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, enfrenta a convocação para prestar depoimento na CPI da Petrobras e a pressão de grande parte dos petistas para que deixe o partido a fim de evitar mais sangramento. Denunciado à Justiça por crimes de corrupção e lavagem de dinheiro, Vaccari constrange a legenda, a presidente Dilma Rousseff e aliados. Um dos temores é que ele chegue a ser preso em novas fases da investigação. A permanência do tesoureiro é defendida, porém, pelo presidente da sigla, Rui Falcão.

Os deputados votaram em bloco 96 requerimentos, que foram aprovados de forma simbólica (sem contagem de votos), porque já havia um acordo prévio. No total, foram aprovadas as convocações de 16 pessoas e de representantes legais de 38 empresas que tiveram negócios com a Petrobras, além de um convite. Nos casos de convocação, a presença é obrigatória. Além de Vaccari, a comissão aprovou a vinda do empresário da Toyo Setal Augusto de Mendonça; do presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Luciano Coutinho; da ex-gerente de Abastecimento da Petrobras Venina Velosa e a reconvocação do ex-gerente de serviços da estatal, Pedro Barusco. As datas dos depoimentos ainda precisam ser encaixadas no calendário da CPI, que estará livre a partir da segunda semana de abril.

Também integram a lista de convocados o presidente do Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj), Nilo Vieira, e o ex-presidente da Gasene Antônio Carlos Pinto de Azeredo. A Gasene é responsável pela construção de gasodutos. Azeredo exerceu o cargo entre 2005 e 2011. O único convidado é Auro Gorentzvaig, ex-conselheiro e acionista da Petroquímica Triunfo.

Apesar do alto número de depoimentos, o colegiado não votou nenhum requerimento para ouvir políticos e empreiteiros. Acusado de blindar os colegas, o presidente da CPI, Hugo Motta (PMDB-PB), alegou que não havia acordo para aprovar os outros pedidos. Cinco deputados defenderam a oitiva de Vaccari: Carlos Sampaio (PSDB-SP), Ônix Lorenzoni (DEM-RS), Eliazine Gama (PP-MA), Júlio Delgado (PSB-MG) e Ivan Valente (PSol-SP). Eles esperam que o tesoureiro evite usar o direito de ficar calado e dê detalhes sobre os recursos que a legenda recebeu da Petrobras. Até mesmo o relator da CPI, Luiz Sérgio (PT-RJ), defendeu ouvi-lo na comissão.

A CPI aprovou ainda a quebra de sigilo bancário, telefônico e fiscal de Renato Duque e Pedro Barusco. Decidiu também solicitar cópia de todas as gravações e vídeos das reuniões do Conselho de Administração da Petrobras no período de 2005 a 2015 e o acesso a todos os pareceres jurídicos, relatórios de auditorias e contratos de projetos de construção de refinarias nesses 10 anos. Outro requerimento aprovado pede a cópia integral de todos os contratos entre a Petrobras e as empresas envolvidas no processo de construção da Refinaria de Abreu e Lima.

TRANSFERÊNCIA
Dez presos investigados na Operação Lava-Jato, entre eles o ex-diretor de Serviços da Petrobras Renato Duque, foram transferidos ontem, da carceragem da Superintendência da Polícia Federal, em Curitiba (PR), para o Complexo Médico Penal (CMP), em São José dos Pinhais, na região metropolitana da capital paranaense. Algemados, eles foram levados em um micro-ônibus que chegou por volta das 8h à sede da PF. O trajeto entre as duas unidades durou 40 minutos. Fernando Baiano e o empreiteiro Gérson Almada foram mantidos na carceragem da PF porque devem prestar depoimentos até amanhã e em seguida serão transferidos. O ex-diretor da Área Internacional da Petrobras Nestor Cerveró ficará na PF, pois está passando por exames médicos.

Relatório da Polícia Federal mostra que em seu novo endereço, no CMP, Duque, os executivos e operadores de propinas poderão assistir TV e ouvir rádio. Eles também terão direito a banho de sol todos os dias por uma hora e visita diária dos advogados. Nas celas do presídio não há chuveiro individual, ou seja, o banho é coletivo. E o vaso sanitário é o chamado ‘boi’, um buraco no chão. Na segunda-feira, a Justiça Federal autorizou a transferência, acatando solicitação da PF, que alegou não haver espaço para tanto preso na Custódia da corporação.

PRISÃO DOMICILIAR
O vice-presidente da construtora Camargo Corrêa, Eduardo Leite, deixou a carceragem da PF em Curitiba nessa terça-feira e passa a cumprir prisão domiciliar em São Paulo, como parte do acordo de delação premiada, homologado também nessa terça-feira pela Justiça Federal do Paraná. Leite será monitorado com tornozeleira eletrônica até a sentença. Ele foi o primeiro empreiteiro a deixar a prisão porque delatou o esquema de corrupção na Petrobras. Leite decidiu entregar o que sabe e fechou o acordo de delação no fim de fevereiro. Os depoimentos ainda estão sob sigilo. Ele passou mais de quatro meses preso e responde a processo por corrupção, organização criminosa, lavagem de dinheiro e uso de documentos falsos. (Com agências)


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