Grupos anti-Dilma se unem para novo ato, mas discordam sobre impeachment

Movimento Brasil Livre e o Vem Pra Rua vão estar juntos novamente no dia 21 de abril em protesto contra o governo Dilma

São Paulo - Os principais grupos que organizaram os protestos de rua contra o governo da presidente Dilma Rousseff em 15 de março estarão juntos novamente no dia 12 de abril, quando está marcada uma nova manifestação em São Paulo e em diversas cidades brasileiras.
Mas, apesar de coabitarem novamente o mesmo espaço e concordarem em diversos pontos, o Movimento Brasil Livre e o Vem Pra Rua continuarão divergindo sobre o objetivo final: o pedido de impeachment da petista.

O protesto de abril foi anunciado pelo Movimento Brasil Livre ainda de cima do carro de som, na Avenida Paulista, no dia 15, com objetivo claro de pedir novamente o impeachment. No dia seguinte, o Revoltados On Line, grupo atuante na internet que também levou carro de som no protesto para pedir o impeachment, confirmou presença no dia 12. A adesão do Vem Pra Rua aconteceu no domingo passado.

O grupo liderado pelo engenheiro Rogério Chequer, de 46 anos, entretanto, é um contraponto aos demais e se posiciona contra o impedimento da presidente. Para o dia 12, o VPR já iniciou o trabalho de convocação de seguidores para um manifesto que terá como tema "Eles não entenderam nada".

A ideia, segundo Chequer, é criticar a reação do governo ao protesto do dia 15, considerada por ele dissociada das reivindicações das ruas. "O governo não trouxe nada de novo depois das maiores manifestações de rua da História do Brasil. É muito fácil dizer que respeita as manifestações, mas ignorar a demanda delas só aumenta o desrespeito", disse, ressaltando que o grupo não mudou, mas aprofundou o foco.

Para abril, o Vem Pra Rua definiu três bandeiras principais: a redução do número dos ministérios, transparência nos dados sobre os empréstimos do BNDES e o impedimento do ministro do Supremo Tribunal Federal José Antonio Dias Toffoli para julgar os casos relacionados à Operação Lava Jato.

'Acessórios'

O líder do MBL, o também empresário Renan Santos, de 30 anos, disse considerar importantes pautas como as reivindicadas pelo VPR, mas lembra que o manifesto do dia 12 foi convocado para fazer um novo pedido de impeachment. "Todas essas pautas são aderentes à do impeachment.
Ninguém está saindo para a rua para pedir a redução dos ministérios." Segundo ele, os grupos estão "juntos nos acessórios, mas não no principal". Mas, a exemplo do VPR, faz ressalva à presença das organizações que pedem a intervenção militar.

Ainda assim, o SOS Forças Armadas, um dos três grupos que pedem a intervenção de militares, já confirmou presença no dia 12, com carro de som. "Estamos do mesmo lado, querendo a saída da Dilma, mas nós avançamos um pouco mais e queremos uma faxina no Executivo, Legislativo e Judiciário", disse o inventor e escultor Ricardo Rocchi, de 45 anos, um dos líderes do grupo.

O jornal O Estado de S. Paulo tentou contato com os grupos Intervenção Já e Quero Me Defender, mas não obteve resposta. Até ontem nenhum dos dois havia confirmado presença no dia 12 de abril em suas páginas no Facebook. .