Brasília – Ouvida messa quinta-feira pela quinta vez no Congresso Nacional – a primeira como ex-presidente da Petrobras – para dar explicações sobre as suspeitas de irregularidades na empresa, Graça Foster admitiu que a estatal “merecia uma presidente mais eficiente”. Durante depoimento na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Petrobras, na Câmara dos Deputados, ao ser perguntada se o sistema de governança e de auditoria da Petrobras confiável, ela lembrou que a estatal teve um sistema de fiscalização que não funcionou: “Temos um sistema que não detectou os desvios. A Petrobras merecia uma presidente mais eficiente do que eu na gestão. Não acredito na gestão perfeita. Acredito na melhoria da gestão sempre”.
Funcionária de carreira da petroleira, Graça Foster deixou o comando da empresa em fevereiro desgastada pela crise motivada pelas revelações da Operação Lava-Jato, que apura desvio de dinheiro e pagamento de propina na estatal. Contou aos deputados ter se aposentado há cerca de dois meses. Para ela, a Lava-Jato muda a estatal “para melhor”: “Nós não vamos esquecer nunca o ano de 2014, mas a Lava-Jato realmente muda a Petrobras para melhor, não tenho dúvida disso”. Graça defendeu que a companhia continue sendo de controle estatal. “Privatizar a Petrobras e deixar os corruptos lá dentro não faz sentido. Manter a Petrobras e também deixar os corruptos, não faz sentido”, disse, afirmando que é preciso “acertar a gestão da companhia”.
JOSÉ DIRCEU A Justiça Federal deu prazo de 10 dias para a empreiteira Camargo Corrêa entregar cópia de todos os contratos celebrados com a empresa JD Assessoria e Consultoria, controlada pelo ex-ministro José Dirceu. A ordem judicial atende pedido da Procuradoria da República, que investiga a empreiteira no esquema de corrupção na Petrobras. A investigação mostra que a Camargo Corrêa firmou contratos com a JD de Dirceu no valor de R$ 844,6 mil, pago parceladamente entre maio de 2010 e fevereiro de 2011.
‘Estelionato eleitoral’
A revista britânica The Economist publica um novo editorial sobre o Brasil na edição que chega às bancas neste fim de semana. Com o título “Lidando com Dilma”, a publicação diz reconhecer os motivos que deixam brasileiros “fartos” da presidente Dilma Rousseff. Para a The Economist, Dilma mentiu na campanha e os eleitores estão percebendo que foram vítimas de um “estelionato eleitoral”. “Mas um impeachment seria uma má ideia, pois enfraqueceria as instituições”, diz a revista, que argumenta: erros cometidos no primeiro mandato de Dilma é que teriam levado o Brasil à situação atual que exige corte de gastos públicos e aumento de impostos e juros.