Crítico do governo, o ex-líder petista garantiu que não pretende deixar o partido. "Sempre escuto especulação, mas eu não disse nada. Não vou sair do PT, vou fazer o debate interno", garantiu.
Vaccarezza disse, novamente, que vê erros no governo, nos últimos anos, que em sua visão precisam ser corrigidos. O ex-deputado criticou os caminhos da política e da economia e disse que o atual cenário é "complexo" e que por isso, tanto governo como PT precisam encontrar novas soluções para um Brasil que "é outro" daquele da fundação do partido nos anos 1980.
Apesar da crítica, ele saiu em defesa do sistema de alianças. Disse que foi uma das coisas positivas deixadas pelo governo Lula, a aliança de centro-esquerda a partir da ligação entre PT e PMDB. Mas criticou a condução pelo governo dessa aliança central, com o partido que tem a vice-presidência na figura de Michel Temer, e que hoje tem a presidência da Câmara em uma figura que é hostil ao governo, o deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ).
"As brigas estabelecidas e as disputas estabelecidas entre PT e PMDB nos últimos três anos do governo da Dilma cimentaram uma conjuntura muito agressiva, muito ruim", comentou.
Sobre a política econômica, Vaccarezza que tem uma postura crítica ao receituário ortodoxo de Joaquim Levy, evitou palavras duras.
Vaccarezza afirmou que pretende levar suas sugestões para reformular o partido tanto a reunião do diretório que acontece neste mês, como no V Congresso da legenda, que está marcado para junho, em Salvador.
Lava Jato
Sobre seu nome ter sido citado na lista de investigados da Operação Lava Jato, enviada ao Supremo Tribunal Federal, Vaccarezza deu a entender que não teme ser afastado do partido. "Não tem nenhum processo contra mim. Essa investigação, vocês vão ver, não vai ter processo, vai morrer na investigação", afirmou. Questionado sobre a situação do tesoureiro João Vaccari Neto, também investigado na operação que apura as irregularidades na Petrobras, Vaccareza preferiu não comentar..