Avancini disse que "ouviu dizer" que havia uma promessa de propina para o militar.
A obra da Usina de Angra 3 foi reiniciada em 2009 pelo governo Luiz Inácio Lula da Silva.
As obras foram paradas no final de 2014, após deflagração da Operação Lava Jato, porque as empresas alegaram redução de repasses por parte do governo.
Quem venceu as obras de construção civil foi a construtora Andrade Gutierrez, em uma licitação em junho de 1983 no governo Figueiredo (1979-1985). Em abril de 1986, as obras foram paralisadas.
Depois de 23 anos, em 2009, Angra 3 foi retomada sem uma nova licitação. A concorrência de 1983 foi revalidada e houve atualizações de valores com todos os fornecedores e prestadores de serviços.
Construtoras, na época, chegaram a acionar o Tribunal de Contas da União (TCU) para que fosse feita nova concorrência, uma delas a Camargo Corrêa. A revalidação, no entanto, teve aval do plenário do TCU, em setembro de 2008, ao avaliar o assunto e não impedir o termo.
Com exceção dos dois executivos da Camargo Corrêa e Augusto Mendonça, do grupo Setal, todas as empreiteiras negam cartel na Lava Jato.
Cartel
Em setembro de 2014 foram assinados os contratos para montagem da usina. Os dois consórcios vencedores são formados por empresas do cartel acusado de corrupção na Petrobrás.
Um deles é o Angra 3 (serviços de montagens eletromecânicas dos sistemas associados ao circuito primário da usina), formado pela Queiroz Galvão S.A., EBE - Empresa Brasileira de Engenharia S.A. e Techint Engenharia S.A.
O outro é o consórcio UNA 3 (execução de montagens associadas aos sistemas convencionais da usina), que tem como sócias a Andrade Gutierrez, Construtora Norberto Odebrecht, Construções e Comércio Camargo Corrêa e UTC Engenharia S.A
O almirante Othon Luiz Pereira da Silva, presidente da Eletronuclear, negou, por meio de assessoria de imprensa, qualquer irregularidade.
"Não recebi propina nem relativa à obra da Usina Angra 3, nem a qualquer outra obra.