O corpo de Thomaz Rodrigues Alckmin, 31 anos, filho do governador Geraldo Alckmin (PSDB), será levado para Pindamonhangaba, a 160 quilômetros de São Paulo, onde será enterrado no cemitério municipal, às 14h, de acordo com informações do Palácio dos Bandeirantes. Vítima de um acidente de helicóptero que teve mais quatro corpos, Thomaz está sendo velado em uma sala do Hospital Albert Einstein, no Morumbi, desde as 4h30. Todos os corpos foram liberados do Instituto Médico-Legal (IML) antes das 8h de hoje.
Familiares e amigos da família Alckmin, além de politicos passaram pelo velório fechado à imprensa. A presidente Dilma Rousseff permaneceu 20 minutos no local. De acordo com a assessoria da presidência, depois de acompanhar a cerimônia, Dilma retornou a Brasília.
Dilma desembarcou no aeroporto de Congonhas, zona sul de São Paulo, e percorreu o trajeto até o hospital de carro. A presidenta entrou pelo Palácio dos Bandeirantes, evitando os jornalistas que aguardavam do lado de fora do Albert Einstein.
Também compareceu ao velório o vice-presidente da República, Michel Temer (PMDB), o senador Aécio Neves (PSDB), o prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT), o ministro das Cidades, Gilberto Kassab (PSD), além do ministro da Fazenda, Joaquim Levy, que acompanhou a presidenta no retorno a Brasília. Também estavam presentes no velório os ministros da Justiça, José Eduardo Cardozo, e da Secretaria de Comunicação Social, Edinho Silva, que já estavam na cidade de São Paulo.
VEJA O MOMENTO DA QUEDA DO HELICÓPTERO
Thomaz, o filho mais novo de Alckmin e que faria 32 anos na próxima segunda-feira, deixa uma filha de 9 anos do relacionamento com a ex-mulher Fabíola Trombelli, e um menina recém-nascida, de seu casamento com a arquiteta Taís Fantato. O governador tem mais dois filhos, Geraldo e Sophia. Thomaz era piloto, mas não estava no comando da aeronave. De fabricação francesa, o helicóptero caiu sobre o telhado de uma casa em obras sem deixar sobreviventes. A maior parte do helicóptero caiu no chão, entre as árvores.
Em nota, a empresa Seripatri Participações, do empresário José Seripieri Júnior, amigo pessoal de Thomaz, também dono da Qualicorp, que administra planos de saúde coletivos, esclareceu que ele não estava como copiloto no momento do acidente e sim como convidado do piloto e tripulante, pois o modelo da aeronave 'Single pilot' não possui espaço para um auxiliar do piloto.
Em nota divulgada hoje, a empresa informou que além de Thomaz Alckmin, o acidente vitimou o piloto Carlos Haroldo Isquerdo Gonçalves, de 53, com mais de 30 anos de experiência, e o mecânico Paulo Henrique Moraes, 42, ambos funcionários da Seripatri. Havia ainda outros dois ocupantes: Erick Martinho, 36, e Leandro Souza, 34, mecânicos da Helipark, empresa de manutenção.
Segundo a empresa, o acidente ocorreu durante voo de teste, após a aeronave passar por manutenção preventiva. "O helicóptero, da marca Eurocopter, modelo EC 155, prefixo PPLLS, tinha cerca de quatro anos de uso, com aproximadamente 600 horas de voo e estava com sua documentação e manutenção rigorosamente em ordem. Neste momento de luto e enorme tristeza para todos, a Seripatri presta suas condolências a todas as famílias das vítimas", diz o texto divulgado há pouco pela empresa.
Alckmin se preparava para viajar para Campos do Jordão, na Serra da Mantiqueira, onde a primeira-dama do estado, Lu Alckmin, já estava, quando soube do acidente. Foi o próprio governador quem deu a notícia da morte de Thomaz para a mãe. A ex-esposa de Thomaz, Fabíola, disse que falou com o governador. “Ele só chorou”, relatou ela.
Memória
Alvo de criminosos
Em 3 de fevereiro do ano passado, Thomaz Alckmin foi cercado por criminosos e acabou no meio de um tiroteio entre os bandidos e a polícia que integrava a escolta que faz a sua segurança. Ele levava a filha de 9 anos de volta para casa, à noite, na Região do Morumbi, Zona Oeste São Paulo. Estava em uma alça de acesso à marginal Pinheiros quando o carro à sua frente fez um cavalo de pau. Dele saltaram quatro homens que cercaram seu automóvel. Os policiais da escolta saíram do carro que dirigiam logo atrás e deram ordem de prisão ao grupo. Começou então um tiroteio. Os homens fugiram. Thomaz e a neta do governador foram levados para casa após o ataque. O carro dos bandidos foi encontrado horas depois. O Palácio dos Bandeirantes investigou várias hipóteses, como assalto ou até tentativa de sequestro. Em 2004, Thomaz foi vítima de um assalto quando andava de moto na Marginal Pinheiros, na altura do Parque Villa-Lobos, também na Zona Oeste. Na ocasião, ele tinha saído sem seguranças, quando foi abordado por bandidos. Ele não sofreu ferimentos. Dois anos antes, um PM que fazia a escolta do filho do governador foi morto em uma tentativa de roubo ao carro de Thomaz na Vila Mariana (Zona Sul). Três pessoas foram condenadas pelo crime.
Tragédias aéreas envolvendo políticos e seus familiares
1992
O deputado federal Ulysses Guimarães, um dos fundadores do PMDB, morreu em um acidente de helicóptero, no litoral de Angra dos Reis, no Rio de Janeiro, em 12 de outubro. No mesmo acidente morreram a mulher de Ulysses, Mora Guimarães, o senador e ex-ministro Severo Gomes e a mulher dele, Anna Maria Henriqueta Marsiaj, além do piloto da aeronave.
2003
O ex-presidente do PTB e tesoureiro da candidatura de Fernando Collor de Mello à Presidência da República, José Carlos Martinez morreu em 4 de outubro, em um acidente com um monomotor que ele pilotava em uma viagem entre Curitiba (PR) e Navegantes (SC). O avião caiu no município de Guaratuba (PR)
2011
Em janeiro, o neto do governador de Tocantins, José Wilson Siqueira Campos (PSDB), Gabriel Marques Siqueira Campos, de 12 anos, filho caçula do ex-senador Eduardo Siqueira Campos (PSDB), estava entre as seis vítimas da queda de um bimotor a cerca de 16 quilômetros do ponto de pouso, no Morro Santo Antônio, em Senador Canedo (GO).
2014
O candidato a presidente da República e ex-governador de Pernambuco Eduardo Campos (PSB) morreu vítima de uma queda de avião, em Santos, litoral paulista. Outras seis pessoas morreram no acidente. (Com informações de Alessandra Mello e agências)