Com a maioria de votos na contagem geral, o PSD ganharia mais duas cadeiras por Minas Gerais em Brasília, e o PP, PPS e PSDB aumentariam uma vaga cada. Em 5 de outubro, Renato Andrade (PP) ficou como suplente com 78,1 mil votos, assim como Walter Tosta (PSD), com 77,5 mil, e Humberto Souto (PPS), com 70,9 mil. Também ficaram de fora Carlos Mosconi (PSDB) e Geraldo Thadeu (PSD), com, respectivamente, 66,5 mil e 61,6 mil votos.
Por outro lado, graças ao sistema proporcional, parlamentares de cinco partidos menores conseguiram as vagas, apesar de terem obtido votações entre 45,3 mil e 60,3 mil. Se a regra mudasse, os deputados Marcelo Álvaro Antônio (PRP), Pastor Franklin (PTdoB) e Dâmina Pereira (PMN) perderiam as vagas. Como eles, os menos votados Edson Moreira (PTN) e Brunny (PTC) seriam eliminados. Levantamento divulgado no portal Congresso em Foco mostra que, das 513 cadeiras da Câmara, 90% continuariam com os mesmos eleitos em 2014, ou seja, 446 deles continuariam eleitos no distritão.
Já na Assembleia (ALMG), a bancada tucana seria a maior beneficiada se a eleição fosse majoritária.
Passo
Na semana passada, o presidente da comissão especial que discute reforma política na Câmara, deputado Rodrigo Maia (DEM/RJ), defendeu o voto majoritário para os parlamentares, que considerou “um passo à frente”. O presidente nacional do DEM, senador José Agripino, porém, disse que o partido não tem posição fechada sobre o “distritão”. “Somos a favor do fim das coligações proporcionais, que já foi votado no Senado e vai para a Câmara”, afirmou.
O tesoureiro nacional do PSDB, deputado Rodrigo de Castro, disse sentir que a maioria da bancada tucana é favorável à eleição majoritária de parlamentares. “Há hoje uma indústria de fazer pequenos partidos para se eleger com poucos votos. O “distritão” acaba com essa história de quem teve pouco voto ser eleito e quem teve muito ficar de fora”, avalia. Ainda segundo o tucano, a mudança vai levar ao “fortalecimento dos partidos que realmente investem em conteúdo”.
Opinião oposta tem o deputado federal Carlos Zarattini (PT-SP), que integra a comissão da reforma. Ele diz que o novo sistema enfraqueceria as legendas. “Somos contrários, porque essa proposta individualiza cada candidato, ele deixa de ter relações com o partido e cada um passa a fazer a sua campanha. Isso também vai aumentar o custo da disputa”, afirmou.