A legenda que detém a vice-presidência da República e sete ministérios de Dilma encontra, no entanto, resistência do principal adversário do governo, o PSDB: os tucanos querem o fim do sigilo apenas de Cardozo.
O ministro e o procurador tiveram encontros fora da agenda antes da divulgação da lista de investigados levada ao Supremo Tribunal Federal pela Procuradoria-Geral da República.
O requerimento para a quebra dos sigilos de Cardozo e de Janot foi apresentado por um aliado de Cunha, o deputado opositor Paulo Pereira da Silva, o Paulinho da Força (SD-SP), em 12 de março, quando o presidente da Câmara foi voluntariamente à CPI e acusou Janot de incluí-lo entre os investigados por motivação política.
Além de Paulinho, quatro peemedebistas apresentaram pedidos de esclarecimento dos dois: Carlos Marum (MS), Darcísio Perondi (RS), Édio Lopes (RR) e Celso Pansera (RJ). A aliados, Cunha disse que faz questão de que ambos prestem depoimento e tenham os sigilos quebrados para que sua relação seja exposta. Procurado, o presidente da Câmara não comentou o assunto.
O PSDB prefere evitar o desgaste institucional da Procuradoria-Geral da República, pois tem interesse nas investigações da Lava Jato, que atingem em cheio o PT e seus aliados, apesar de um tucano, o senador Antonio Anastasia (MG), aparecer na lista de suspeitos. O empenho maior do PSDB, agora, é focar a artilharia em Cardozo, na torcida para que a revelação de eventuais contatos seus com empreiteiras complique sua permanência no governo.
Cardozo afirma que não há indício "minimamente razoável" para qualquer apuração sobre ele, e que a Polícia Federal sempre desfrutou de "total autonomia". Disse ainda que tem tratado "rotineiramente" com Janot e outros procuradores sobre temas "diversificados". A procuradoria-geral informou que Janot não falaria sobre o tema..