Para se ter uma ideia, hoje no Brasil somente o governo federal consegue emitir títulos com prazo tão longo e, mesmo assim, paga 6% ao ano. Entre os advogados, a brincadeira corrente é a de que é uma espécie de "Devo, não nego. Mas posso pagar daqui a 40 anos?". Até então o máximo que os advogados viram em processos de recuperação foi uma renegociação com prazo de 18 anos.
Apesar de parecer pouco provável de ser aceito, um plano como este oferecido pela Impsa pode até ser aprovado pela maioria dos credores, que ainda vão se reunir em assembleia. Isso porque cada um tem um interesse diferente - ou mesmo pode garantir um pagamento obrigatório que é feito nos dois primeiros anos, evitando assim prejuízo completo. Mas, mesmo que aprovado pela maioria, a Justiça pode interferir nas decisões de assembleias de credores. Alguns juízes começaram a entender que certos planos eram "absurdos".
Em alguns casos, como na OGX, a Justiça alterou parte do plano em que se dispensava Eike Batista de colocar R$ 1 bilhão que havia se comprometido a fazer na companhia há alguns anos.