A presidente Dilma Rousseff empossou no cargo, na manhã desta segunda-feira, o ministro da Educação, Renato Janine Ribeiro, afirmando que o arrocho fiscal, em pauta para ser votado no Congresso Nacional, não afetarão "programas essenciais e estruturantes" do ministério. Com a promessa de manter recursos para a pasta, a presidente deu boas-vindas ao novo ministro, afirmando que acredita que não faltará a ele "a dedicação necessária' diante dos "enormes desafios" que terá pela frente.
No início do ano, antes da aprovação do Orçamento pelo Congresso, a pasta da Educação foi uma das que mais sofreram com o contigenciamento de recursos.
A presidente destacou que o Fies, programa de financiamento estudantil, terá continuidade, agora com maior controle pelo Estado. Ela disse ainda que não haverá recuo nessa política de garantir acesso ao ensino superior para os jovens brasileiros e reafirmou o compromisso de universalização da educação das crianças de 4 a 5 anos até 2016.
"Estou convencida de que será como uma pátria educadora que o Brasil dará um salto imprescindível para se tornar uma nação desenvolvida e ao mesmo tempo justa com o nosso povo", disse Dilma.
A presidente também citou os royalties do pré-sal como garantia para assegurar recursos para a educação. "O pré-sal não é promessa, é realidade. Hoje, já são extraídos 669 mil barris de óleo por dia (dos campos do pré-sal)", disse. De acordo com ela, essa produção é parte da garantia que a "fonte de riqueza" para sustentar investimentos em educação "está em atividade".
Ao lembrar a extração de petróleo nos campos de pré-sal, Dilma disse que, diante dessa produção, "interessa a todo povo o que está em jogo nessa luta em defesa da Petrobras e do pré-sal". "É a nossa soberania e futuro da educação", afirmou.
Escolha de Janine
A escolha do professor de filosofia da USP Renato Janine Ribeiro para o Ministério da Educação - após Cid Gomes entregar o cargo no dia 18 de março-, provocou certo mal-estar entre setores da base aliada no Congresso. Tudo porque o novo ministro, em entrevistas concedidas semanas antes, falou abertamente sobre os futuros colegas de ministério; sobre os presidentes da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), e do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL); e até sobre a presidente Dilma Rousseff e o PT. Considerado uma voz crítica no debate político brasileiro, Roberto Janine decidiu se afastar das entrevistas durante um tempo – até que possa estudar as questões que envolvem o Ministério da Educação, pasta com o segundo maior orçamento da Esplanada.