Na Operação Monte Perdido, deflagrada em junho de 2013, o traficante de drogas espanhol Oliver Ortiz de Zarate Martin, que atuava na América do Sul, Oceania e Europa, foi preso. Os procuradores regionais Flávio Paixão e José Augusto Vagos relatam, com base em dois inquéritos (judicial e policial), que o magistrado cometeu falsidade ideológica ao proferir decisões que lhe permitiram desviar recursos públicos em duas situações ligadas à Operação Monte Perdido.
Segundo o MPF, na primeira, desviou R$ 290,5 mil depositados na Caixa à disposição da Justiça - parte do valor foi usado na compra de um veículo Land Rover Discovery. Souza também teria cometido peculato e falsidade ideológica para se apropriar, em 5 de fevereiro, de US$ 105,6 mil e 108,1 mil euros - em parte convertidos para a aquisição de um apartamento na Barra da Tijuca, zona oeste do Rio.
"O sumiço do dinheiro somente foi revelado em 27 de fevereiro, quando o juiz substituto da 3ª Vara Federal Criminal realizava um levantamento sobre bens acautelados", afirmam os procuradores regionais na denúncia. "Na oportunidade, se constatou que o cofre encontrava-se vazio. O denunciado utilizou parte dos valores que desviara para celebrar compromisso de compra e venda do apartamento." O Land Rover foi apreendido pela Polícia Federal, a pedido da PRR2, na última quinta-feira (2).
A PRR2 ainda acusa o juiz pelo crime de extravio e inutilização de documentos. Souza teria destruído, em janeiro, os autos do processo sobre a alienação antecipada de bens relativos à Operação Monte Perdido.
Em uma varredura realizada pela corregedoria do TRF na 3ª Vara Federal Criminal do Rio, foram identificadas irregularidades em processos conduzidos pelo juiz..