Em quadro nacional de recessão, com o fracasso da política econômica dos dois governos da presidente Dilma Rousseff, as queixas dos governadores de que receberam administrações com péssimos legados financeiros não são uma exclusividade de Minas Gerais. No Rio Grande do Sul, o governador Ivo Sartori (PMDB) tomou posse em janeiro alegando que encontrou um déficit fiscal de de R$ 5,5 bilhões, herança dos últimos governos comandados pelo petista Tarso Genro (2011–2014) e a tucana Yeda Crusius (2007–2010). Sartori implantou mudanças, que incluíram suspensão de diárias para fora do estado, de contratação de consultorias, de serviços terceirizados e de convênios nos seis primeiros meses de governo.
No outro extremo do mapa, no Maranhão, as dívidas herdadas da gestão de Roseana Sarney (PMDB) pelo governador Flávio Dino (PCdoB) chegam a R$ 1 bilhão. O comunista decidiu até vender a casa de veraneio do estado. A estimativa é de que a residência São Marcos seja negociada por R$ 20 milhões e o dinheiro destinado para investimentos na área de saúde. O imóvel, na região praiana de São Luís era usado pelos ex-governantes para festas e receber autoridades. Em Mato Grosso, Pedro Taques (PDT) afirma que herdou o estado com uma dívida de R$ 2,5 bilhões. Em menos de dois meses já havia exonerado 1,5 mil servidores. A previsão é de que as demissões gerem uma economia de R$ 50 milhões. Quando tomou posse, Taques anunciou que extinguiria 2 mil cargos.
A situação também é grave em Tocantins, onde o governador Marcelo Miranda (PMDB) afirma ter assumido o cargo com uma dívida de R$ 4 bilhões, herdada da administração de Siqueira Campos (PSDB) e Sandoval Cardoso (PT). A situação levou o secretário de Articulação Política, Paulo Sidnei, a anunciar um cronograma de atrasos na remuneração dos servidores para os primeiros quatro meses deste ano.
No Distrito Federal, a dívida deixada pelo ex-governador Agnelo Queiroz (PT), de R$ 3,1 bilhões, e levou o atual, Rodrigo Rollemberg (PSB), a pedir ao Ministério da Fazenda a antecipação de R$ 400 milhões do fundo constitucional para ajudar a pagar a folha de pagamento da saúde, educação e segurança pública. Rollemberg também cancelou a realização do carnaval e adiou o início do ano letivo como forma de tentar a crise financeira.