Às vésperas do depoimento do tesoureiro nacional do PT, João Vaccari Neto, na CPI da Petrobras, denunciado pelo Ministério Público Federal por corrupção, lavagem de dinheiro e formação de quadrilha, o PT está dividido. Uma ala defende reservadamente que ele se afaste até esta quarta-feira (8), um dia antes de encarar de frente o colegiado. A pressão é grande. Deputados da sigla ouvidos ontem pelo Correio afirmaram que, para evitar um constrangimento ainda maior e complicações para a presidente Dilma Rousseff (PT), que vai enfrentar novas manifestações no próximo domingo, Vaccari deveria entregar o cargo que ocupa na legenda.
O partido também está rachado em relação ao silêncio dele durante o depoimento na CPI. A defesa de Vaccari confirmou que ele responderia às perguntas feitas pelos integrantes da comissão. No entanto, parte do PT ainda acredita que ela pode ficar calado para evitar escorregões e, dessa maneira, inflamar ainda mais o complicado cenário político para os governistas. Não é necessário entrar com o pedido no Supremo Tribunal Federal (STF) para ficar em silêncio.
Um ex-ministro de Dilma Rousseff afirmou reservadamente ontem que seria uma crueldade o partido pedir para o tesoureiro deixar o cargo justamente na semana em que ele mais precisa de apoio. Acreditando na inocência do companheiro, defendeu também que ele responda a todas as perguntas na CPI.
Em entrevista ao jornal Folha de S.Paulo, publicada na edição de ontem, o assessor especial da Presidência da República desde o governo Lula, Marco Aurélio Garcia, defendeu a saída de Vaccari.