A divulgação dos dados de uma auditoria feita pelo governo de Minas para verificar a situação do estado continua repercutindo. Desta vez, foram os deputados da oposição e situação que repercutiram o assunto nesta terça-feira. Com duas coletivas marcadas para a mesma hora, os parlamentares se revezaram na tarefa de acusar, defender e fazer ironias sobre o levantamento apresentado nessa segunda-feira.
Ainda no embalo da fala do governador Fernando Pimentel (PT) e de secretários, que criticaram, nessa segunda-feira, a gestão tucana no estado, os deputados anunciaram que vão tomar medidas sobre as denúncias feitas. De acordo com os parlamentares será criada a “Comissão Especial da Herança Maldita”, para investigar a denúncia feita ontem pelo secretário de Planejamento e Gestão, Helvécio Magalhães, de que a construção da Cidade Administrativa não trouxe economia para os cofres estaduais, mas custos. "Uma comissão especial teria o papel de estudar esse diagnóstico e aprofundá-lo, de convocar atuais secretários e ex-secretários para debater. Ao mesmo tempo, essa comissão da 'herança maldita' tem a responsabilidade de propor sugestões para a frente. É a forma do Poder Legislativo contribuir com Minas Gerais”, afirmou o deputado Durval Ângelo(PT).
Já os deputados da oposição levaram um bolo e um “presente” para ironizar os 100 dias do governo petista no estado. O líder da minoria, deputado Gustavo Valadades (PSDB), classificou como vexame o início do governo de Pimentel. “Não estamos aqui para responder o governo sobre o vexame que eles apresentaram ontem mas para comemorar, ou lamentar, os 100 primeiros dias de governo que começam com inchaço da máquina, nepotismo, aumento de salário para o alto escalão em detrimento dos servidores e outras medidas. Viemos para lamentar um governo que não trouxe até agora nenhum bom serviço”, afirmou.
Os oposicionistas entregaram uma lista com dez críticas a atual gestão. Entre elas estão críticas ao que eles chamam de inchaço da máquina pública, aumento de salário do alto escalão, aumento de energia elétrica entre outros pontos.
Nessa segunda-feira, Fernando Pimentel afirmou que a situação do estado é “crítica”. Ele disse que a divulgação dos dados não tem caráter político. Mas afirmou que recebeu a casa “desarrumada” e que precisará “ser transparente” para recuperar a capacidade de gerenciamento do estado. “Não é uma disputa política, não tem nenhum outro objetivo a não ser cumprir com os compromissos assumidos com Minas. A situação é grave e crítica do ponto de vista orçamentário, financeiro e de gerenciamento”, enfatizou. Ao lado de secretários, o petista ainda afirmou que os cofres da administraçaõ estadual possuem um rombo de R$ 7 bilhões e mais de 500 obras estão paradas no estado.
Com informações de Juliana Cipriani e Isabella Souto